As múltiplas faces de uma incoerência humana

09 agosto 2006

Brasileiro sanguinário

Estava fora de Curitiba desde sábado, por motivos pessoais. Poupei, por quatro dias, a meia dúzia de leitores de textos longos, chatos e cansativos. Mas, para tristeza dos leitores, voltei. E com um monte de assuntos: Grêmio, Orkut, RBD, mestres, estradas, lugares. Enfim, um monte de coisa para atazaná-los. Mas começarei com algo diferente: Fidel Castro.
Alguém se pergunta: "Como, diferente? Esse é o assunto mais comentado, desde que o barbudo teve uma hemorragia no intestino." Verdade. Mas não quero tratar da mudança política de Cuba. Tampouco sobre minha felicidade em vê-lo sangrando em seu intestino. Falarei sobre algo bem mais importante.
Estava voltando do RS de carro, pela BR-116. Estava numa rádio, escolhida ao acaso. E, em certo momento, começou a dar as notícias. E uma delas era que Fidel Castro podia ser brasileiro. Paraense. Segundo a rádio, o cartório onde havia os registros foi queimado por Ernesto Che Guevara, a mando do próprio Fidel.
Não achei a notícia em nenhuma fonte de informação. Tampouco conheço a rádio. Nem ao menos sei de que cidade é a rádio. Mas isso deve ser verdade. Explica um bocado de coisas.
Por exemplo, o Fidel verde-amarelo poderia nos dizer porque raios a educação e a saúde cubana é tão ruim. O Brasil sempre foi especialista em deteriorar sistemas de saúde e educação. O Fidel foi arruinar o cubano.
Outra coisa é essa teoria de conspiração da CIA. Todo brasileiro acha que a CIA planeja a invasão do Brasil. Fidel, igualmente, acha que seu país sempre teve ataques norte-americanos para afundar com o único regime comunista do Hemisfério Ocidental, sempre malogrados pelas forças revolucionárias cubanas. Como se o comunismo cubano não se afundasse por si só. E, se os EUA realmente quisessem a ilha do caribe, já a teriam invadido faz um tempo. Cuba era protegida pela então URSS. Quando a União Soviética caiu, Cuba poderia ter caído se assim desejasse os EUA.
Com o Fidel tupiniquim, conseguiríamos explicar o porquê de Cuba num regime totalitário. O Brasil sempre teve políticos autoritários, desde o regime getulista até a ditadura militar. Até hoje temos um governante que volta e meia quer controlar imprensa e cultura (como se já não fossem controladas, já que são sustentadas pelo aparato estatal).
O Brasil está exportando a fórmula do fracasso. Não basta afundar o país. Temos que arrastar outros juntos. O Haiti é o primeiro (sim, o país estava destruído, mas se uma força internacional decente estivesse lá [Ronaldo Fenômeno foi melhor que todo o pelotão brasileiro], o Haiti teria alguma chance.). Agora, Cuba. Quem será a próxima vítima?
P.S:Amanhã, Grêmio.
P.S.S.: Um texto, nada a ver com o Fidel nascendo por aqui, mas sobre o consumismo. Muito legal. "O Bode eletrônico", de Janer Cristaldo(sim, de volta ele).(http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=5121)
P.S.S.S: Eu peço para que a meia dúzia de leitores deixe um aviso de que leram o texto. Nem que seja um "oi"; um "ótimo texto"; ou "pare de escrever"; ou comentários; ou qualquer coisa que o identifique. O único que deixa comentário aqui é o Andreas. E se for pra escrever só pra ele, o melhor é nem escrever...
P.S.S.S.S. Prometo que escreverei menos.