As múltiplas faces de uma incoerência humana

28 junho 2008

Ajude a sustentar a Wikipédia e outros projetos, sem colocar a mão no bolso, e concorra a um Eee PC!

e também a pen drives, card drives, camisetas geeks, livros e mais! O BR-Linux e o Efetividade lançaram uma campanha para ajudar a Wikimedia Foundation e outros mantenedores de projetos que usamos no dia-a-dia on-line. Se você puder doar diretamente, ou contribuir de outra forma, são sempre melhores opções. Mas se não puder, veja as regras da promoção e participe - quanto mais divulgação, maior será a doação do BR-Linux e do Efetividade, e você ainda concorre a diversos brindes!

09 fevereiro 2008

Top top

Um dos aspectos mais surpreendentes da tragédia ocorrida com o fatídico vôo 3054 da TAM, que passou reto pela pista de Congonhas e bateu no prédio da própria empresa, foi o assessor Marco Aurélio Garcia. Especificamente, o seu gesto quando William Bonner deu a notícia de que o reverso direito da aeronave estava pifado no momento do acidente.

Sim, eu sei que assunto é velho. Sim, eu sei que ele foi dissecado pela imprensa. Imagino até que a teoria exposta aqui não seja minha, embora não esteja copiando-a conscientemente. Não imagino uma teoria dessas saindo de minha cabeça. Mas é que o top top foi muito mais do que um ato de um político obtuso qualquer. É a representação do Brasil. Todas as nossas tentativas de ir para frente acabaram com alguém fazendo top top para a gente.

A votação da CPMF, por exemplo. Quando a oposição se uniu e ignorou todo o seu histórico de bananice, comemorei. Achei que estavam abrindo caminho para uma redução de impostos, uma reforma tributária e uma redução de gastos por parte do governo federal. Pensei: “o governo será obrigado a reduzir custos, senão fecha no vermelho.”. Fiquei mais otimista quando oposição e governo fizeram um acordo para que não se aumentasse outros impostos para compensar a CPMF. “Agora o país está caminhando para governos responsáveis”. Mas, no primeiro dia útil do ano que corre, a equipe do governo anuncia um aumento de dois impostos. Na entrada do novo ano, o ministro Mantega me esperava fazendo top top para as expectativas de uma possível seriedade por parte do governo.

Agora estamos com a farra dos cartões. Uma ministra já caiu (que já deveria ter caído faz tempo, por causa daquela entrevista à BBC Brasil), outro já devolveu o dinheiro que tinha usado e a oposição começou a se articular para criar uma CPI. “Ótimo”, pensei. Tem que investigar mesmo. Achei que, da história da CPMF, a oposição tinha aprendido a lidar com os lulistas. Que, mesmo sob forte chantagem e pressão, iria a fundo. Mas aí vem a oposição e mostra o que ela é de fato: banana. Diz que só se pode investigar fato concreto, que não pode voltar para investigar a era FHC. Como assim, não pode? Pode, e deve. Embora o ideal fosse um pedido de informações sobre a gastança na época dos tucanos e da então pefelândia no poder. E, com a ameaça do PT paulista de abrir uma CPI para apurar supostas irregularidades no governo Serra, a oposição começa a tremer nas bases. Não duvido que saia a CPI a nível federal, mas provavelmente investigará umas comprinhas de uma meia dúzia de funcionários quaisquer e fica por isso mesmo. Como sempre. Top top para mim, de volta.

Em todas as tentativas de melhorar, o Brasil foi derrotado por esse gesto. Desconfio que ele nos acompanhará por muito tempo, até que deixemos de ter governos tão incompetentes. Mas, enquanto isso não acontece, teremos muitos top top pela frente.
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Tentando manter a palavra de que iria colocar algumas coisas além de política no blog para alguns gatos pingados que, por um azar do destino, caem por aqui.

No Blog do David Coimbra(link na coluna a direita), ele comenta a notícia de um homem que atirou seu carro contra a delegacia para ser preso, pois não aguentava mais a sua mulher.

Wianey Carlet tem um blog onde comenta sobre o futebol. Mas um de seus posts é sobre a segurança pública e vale a leitura.

24 janeiro 2008

As peripécias de um vestibulando e seus cabelos

Depois de mais de sete meses sem post algum, este que vos fala resolve voltar a escrever. Talvez porque eu não tenha absolutamente nada para fazer, ou porque não tenho pena de vocês, caros leitores. Na verdade, parei de escrever porque, no segundo semestre, meu tempo foi consumido quase que inteiramente por cursinho. Cursinho que me trouxe histórias curiosas.

Elas começaram antes de o semi-extensivo começar. Em maio, eu e alguns amigos resolvemos ir aos cursos pré-vestibulares, a fim de conseguir algum desconto. Porém, fracassamos. O Positivo nos recebeu, mas disse que a política de dar descontos tinha acabado, porque o custo/benefício não valia a pena. O Dom Bosco apenas nos disse que o curso não ofertava bolsas como no ano retrasado. E só.

Deixamos de lado o assunto por um tempo. No começo de julho, fomos em busca de desconto mais uma vez. Ficamos sabendo que um curso oferecia bolsas de estudos mediante bom desempenho numa prova aplicada. Conseguimos a bolsa, e fomos ver se Dom Bosco e Positivo queriam cobrir o desconto oferecido. O Positivo se negou, pelos motivos apresentados anteriormente. Mas o Dom Bosco resolveu cobrir e,para garantir que o Dom Bosco mantivesse a oferta, ficamos por algumas horas matriculados em dois cursos pré-vestibulares ao mesmo tempo.

Aqui cabe uma observação. Não pense que estou criticando um ou outro cursinho. Tampouco estou “cuspindo no prato em que comi”. Fiz Dom Bosco e não me arrependo, e é fato que sem ele não teria sido aprovado no vestibular. Não posso julgar nenhuma das políticas de nenhum curso pré-vestibular. Nem teria moral para tal julgamento. Isso quem faz são os pais. Apenas relato os fatos ocorridos.

Enfim começaram as aulas. E aqui não há nenhuma novidade. Almoços ruins, aulas que tentam fazer você decorar a matéria, mas que também têm que ser atrativas o suficiente para você não se sentir tentado a atravessar a rua e ir ao shopping.

No meio disso tudo, havia o Enem, que serve para avaliar o Ensino Médio no Brasil. Eu nunca tinha visto uma prova do Enem antes. E, para mim, ele era um teste difícil. Serviria como uma prévia do vestibular que me aguardava no fim do ano. Mas quando eu vi a prova, eu vi todo o fracasso do Brasil passando pelos meus olhos. Como uma prova daquelas pode ser o critério de avaliação de qualidade de ensino? Na hora eu pensei: “deve ser ‘pegadinha’. Eu que não estou lendo direito”. Não era. E o que me deixou mais indignado foi que, mais tarde, fiquei sabendo que o Colégio Bom Jesus, eterno segundo na classificação do Enem em Curitiba (sim, hoje eu acordei para falar mal dos colégios curitibanos...), fez aulas especiais para o Enem. Como assim? Os alunos precisam de um reforço para uma prova destas?! Não estão naturalmente preparados?! O que ensinam no Colégio Bom Jesus? (Só o que me falta o Bom Jesus ter ficado em primeiro no Enem no ano passado, passando a UTF-PR, justamente quando eu representei o colégio...)

Mas seguindo com o cursinho. Uma prática comum de cursinhos é dar aulas no feriado. Afinal o tempo é curto e o conteúdo, longo. E assim ocorreu no feriado da Independência. Mas, por causa dos desfiles militares, as aulas seriam concentradas em uma só sede. Mas uma semana antes do feriado haveria um simulado, ocorrendo em dois dias. O primeiro foi normal. Já o segundo aconteceu ao som da parada gay, localizada a 50 metros dali. E a parada gay pode ser tudo, menos silenciosa. Uma coisa eu não entendi: por que o barulho da parada gay pode, e o dos milicos não pode? Desconfio que o diretor do curso não quis ser mal interpretado. Vai que, se ele mudasse o local da prova por causa da parada gay, ele fosse considerado preconceituoso por evitar os homossexuais...

Enfim chega novembro, e com ele a temporada de vestibulares. Começando com a Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Prova num fim de semana, resultado no próximo. Embora tenha achado que tinha ido mal, fiquei em 1º lugar do curso. Reforçava a opinião não muito boa sobre universidades particulares que eu tinha, já que mesmo indo mal, passei numa boa colocação. No mesmo dia, começava as provas da UnicenP. Para esta faculdade, tentei para Medicina, pois o curso que eu queria- Engenharia de Produção- não era ofertado. O resultado saia dois dias depois da realização da última prova. Fiquei sabendo dele por telefone. Minha mãe me liga e diz, enquanto contém o riso, que não, eu não passei. E depois não se segura e cai na gargalhada. Duvido muito que qualquer um que não passou em qualquer universidade paranaense recebeu um resultado negativo de forma tão peculiar, ainda mais de sua progenitora. Em menos de cinco dias, saio do céu da PUC e vou ao inferno da UnicenP. Meu conceito sobre faculdades privadas mudou completamente, para melhor.

O tempo passa, e eu termino minha temporada de vestibulares com as provas da UTFPR e UFPR. O primeiro resultado a sair é o da UTFPR, antigo e eterno CEFET. Resultado no campus da universidade, com direito a banho de lama e tudo o mais. Depois de comemorar, sujar-me bastante e tomar um baita de um banho, meus pais resolvem sair com os amigos para comemorar o resultado. E então ocorreu a comemoração mais estranha que já vi. Em primeiro lugar, numa pizzaria que eu nunca ouvi falar. Não era para eu comemorar, embora eu não goste muito de comemorar esse tipo de coisa? Nada mais justo que eu escolher o lugar. Mas tudo bem.

Mas o fim da noite me reservava algo único. Na época, meu cabelo estava maior do que o normal. Natural, tinha deixado-o crescer bastante para cortá-lo no “trote” da UFPR (embora, naquela época, a possibilidade de eu reprovar na UFPR era real). Durante o jantar, vários implicaram com ele. Deixei de lado, até porque eles não tinham meios de cortar meu cabelo. Ledo engano. Na saída, quando todos começaram a se despedir, fui cumprimentar um dos pais de um amigo meu. Quando fui dar um abraço, veio o golpe de traição. Lembrei-me imediatamente da história do advento do aperto de mão. Ele foi criado porque, com o abraço, poderia haver apunhaladas pelas costas. Descobri isso na prática.

Ele, com o seu braço, segurou-me pelo pescoço. A situação era seguinte: eu, com meros 1 metro e 60 centímetros, com físico nada atlético, estava sendo seguro por alguém de 2 metros, com um braço cujo diâmetro é igual ao da minha coxa.

O que seguiu foi algo que pode ser tudo, menos um “corte” de cabelo. Não rasparam meu cabelo, tampouco o cortaram de forma uniforme; mas sim o picotaram, como se cada um estivesse pegando algumas mechas para recordação. No fim, meu cabelo ficou assombroso. Nos lados, raros cortes. Na frente, cortes aleatórios, de forma randômica, sem uniformidade alguma. O que pareceu é que uma trilha foi desmatada para piolhos fazerem alguns passeios na minha cabeça. Mas apenas na parte da frente, já que atrás o cabelo ficou intacto. Ou seja, extremamente curto na frente e muito grande atrás.

Esse foi um resumo dos meus últimos seis meses. Todas as vezes que eu me lembrar desse ano que passou, vou olhar para cima e pensar com meus piolhos: “QUE ANO...”

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Bom, para variar um pouco, eu mudei algumas coisas no blog. Na verdade, a parte visível da mudança está apenas na parte dos sites recomendados. Retirei alguns e coloquei outros.

David Coimbra é jornalista da Zero Hora, e coloca em seu blog algumas de suas colunas, onde narra histórias bem interessantes. Uma que vale a pena, e foi a partir dessa que eu comecei a ler o jornalista, foi sobre quando ele foi à Colômbia como repórter esportivo e aproveitou para entrevistar um guerrilheiro das Farc. E ele narra como foi a experiência.

Outro blog recomendado é o de Ricardo Cury. Esse é um daqueles blogs que tu achas por acaso. E, embora o blog seja bom(eu acho, pelo menos), o autor não diz nada sobre si. Pelo que deu a entender, é jornalista e já trabalhou/trabalha no ramo musical.

O blog Puro Futebol é escrito por gaúchos, que são avessos ao chamado "futebol-arte". É uma visão de torcedores que, embora sejam mais racionais do que a maioria, ainda sim são torcedores.

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É bom notar que os novos sites recomendados não se tratam sobre política. Talvez as indicações são uma mostra do que esse blog seria se não focasse apenas na política. Pretendo, quando possível, variar o assunto, já o mundo de Brasília não me traz muitas novidades. E esses sites serão usados. E, sim, pretendo escrever menos no próximo post.

14 junho 2007

Nada de bom

Lula reclamou da imprensa. De novo. Desta vez, acusou os meios de comunicação de não verem nada de bonito no Brasil. Lula, há algum tempo atrás, já disse que a imprensa só publica o que é ruim.

Pode até ser que seja verdade. Mas não há muitas coisas a serem mostradas que sejam "bonitas". Os nossos aeroportos estão uma loucura(e, embora a ministra Suplicy tenha nos aconselhado o contrário, é bem difícil "relaxar", quanto mais "gozar"), as chances de alguém sofrer com a violência são grandes e a política está como sempre.

Ademais, a imprensa não serve para ficar fazendo propaganda. O ex-ministro José Dirceu disse que a imprensa é, hoje, "o verdadeiro partido de oposição". Ótimo. Esse é o objetivo. Deveria ser assim com todos os governos. Imprensa serve como eterna vigilante dos políticos. Se tivéssemos uma imprensa decente, aliado a um povo que exigisse seus direitos, quem sabe nossos "representantes" não seriam tão $u$peito$.
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A reforma política foi para o espaço. Depois do adiamento da votação de ontem, por causa da proposta de lista fechada, ninguém mais quer saber de reforma nenhuma. Entende-se: a maioria dos políticos não querem nem ouvir falar em mudar um sistema partidário que só os beneficia.

Em pelo menos algum ponto, todos saem prejudicados. Na votação em lista, quem sai perdendo são deputados que vivem trocando de partido, para obter vantagen$. No financiamento público, os partidos médios têm chance de colocar seus candidatos em pé de igualdade com os pretendentes à cargos públicos dos 4 grandes- PMDB, PT, PSDB e DEM. E a fidelidade partidária prejudicaria todos os partidos governistas- seja quem for governo, já que de nada adiantaria oferecer bene$$e$ a deputados oposicionistas para mudar de partido.

A reforma deveria se basear em alguns pontos básicos: fidelidade partidária de 3 anos- evitando o troca-troca partidário; sem financiamento público de campanhas- segundo estudo da ONG "Transparência Brasil", nós gastamos 6 bilhões de reais com o Congresso. Seriam mais R$1,7 bilhão com o financiamento público. Nenhum político no mundo vale esse gasto; votação em lista- nós precisamos que o eleitor comece a votar por programas partidários(embora os programas atuais são uma porcaria); fim da reeleição- coibir o uso da máquina estatal nas campanhas; voto facultativo- tenho direito de não escolher quem vai me trapacear em Brasília; e, por fim, proposta de um congressista que não me recordo o nome: a proposta aprovada no Parlamento deveria ser referendada pela população.

Mas como a chance de essas propostas serem aceitas pelos senadores e deputados é próxima a zero, que tudo vai ficar como está, nada podemos fazer. A única solução é "relaxar e gozar".

05 junho 2007

O circo tupiniquim e o estrangeiro

Vou seguir a tendência dos últimos posts e vou abordar vários assuntos.
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Com as recentes operações Navalha e Xeque-Mate realizadas pela Polícia Federal, autoridades estão com medo de serem julgadas apenas por serem presas. Acusam a PF de atacar o estado de direito, de grampear telefones sem motivos aparentes. O irmão do presidente, acusado de tráfego de influência, seria uma prova de que ninguém, nem mesmo pessoas próximas ao presidente, estão salvas das "garras" da PF.

Político é estranho. Prisões arbitrárias existem no Brasil faz tempo. As prisões caindo aos pedaços são regra no Brasil. Tratamento desumano também. Mas por que, só agora, nossos representantes começaram a perceber esses fatos?

Isso que eles chamam de "circo" montado pela PF acontece na grande maioria das operações da Polícia. Mas, quando era traficante e contrabandista que era mostrado no Jornal Nacional, todos aplaudiam a eficiência das nossa Polícia. Agora, quando eles são os exibidos, tudo muda. Parecem aquelas crianças que adoram zombar dos outros, mas quando zombam delas, elas choram e não querem mais brincar. Nossos parlamentares são como crianças. Crianças que nós elegemos.

Pode até se concordar que alguns direitos estão sendo violados. Mas é necessário perguntar o porquê. Todos os políticos corruptos têm certeza da impunidade. Sabem que nunca irão a julgamento. Se forem, sabem usar as brechas que fazem a decisão final ser anunciada depois de décadas. Então, a Polícia Federal dá um gostinho de punição aos cidadãos brasileiros. O chefe de família que vê o deputado preso tem a falsa sensação de justiça, mesmo que ela dure alguns dias. Pode ser errado, mas como no Brasil tudo é errado, fica por isso mesmo.
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Esse princípio de crise armamentista entre EUA e Rússia é algo um tanto difícil de entender.

Em primeiro lugar, por que raios os EUA querem uma base na Europa? Para se defender de Irã e Coréia do Norte, diz Bush. Lorota. Digamos que Irã e Coréia tenham capacidade para construir armas atômicas. O que se fará em seguida? O Irã não irá explodir um artefato atômico na Europa porque sabe que qualquer país do G8 tem umas 100 ogivas nuncleares para cada bomba que o Irã desenvolva. Se explode uma, leva um contra-ataque de várias. O mesmo se aplica à Coréia do Norte, com o agravante de que os coreanos, ao contrário dos iranianos, não têm os petrodólares. O povo é miserável.

Por outro lado, a Rússia não tem o que temer. Os EUA não seriam loucos de destruir Moscou com suas ogivas. Tampouco alguns radares serviriam para intimidar a segunda maior potência militar do mundo. O que Vladimir Putin quer é um pouco de atenção. Quer colocar a Rússia no centro da geopolítica atual. E o que os EUA querem é mandar um recado para Coréia do Norte e principalmente Irã, de que os americanos têm um plano B para os dois.

24 maio 2007

Da justiça a FHC

A vantagem de ficar quase 3 semanas sem nenhuma atualização é que, agora, assuntos não faltarão. Abordarei alguns.
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O Estadão, em seu editorial, criticou a Polícia Federal por alguns de seus métodos usados na Operação Navalha, e nas operações em geral, como exposição de presos em rede nacional. Outros criticaram o vazamento de informações. O senador Arthur Virgílio fez um discurso e tanto hoje no Congresso, falando sobre isso.

Tudo bem que se defenda o uso de meios legais para prender corruptos. Mas, como a Folha de São Paulo colocou, "a escolha, de qualquer forma, não deve ser entre a ilegalidade e a impunidade". E então entramos numa discussão maior: os benefícios que algumas pessoas têm na Justiça. Pelo que eu li, mais de 30 presos da Operação Navalha foram soltos. Das duas, uma: ou a juíza que expediu os mandatos errou 46 vezes ao mandar prender toda essa gente ou os que foram soltos (e pode esperar, que o resto também sairá livre) usaram das brechas jurídicas.
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Vejo que FHC está tentando liderar uma contra-ofensiva da oposição (ou o que restou dela), para fazer um contraponto à base governista, que corre sozinha no cenário político atual. Acha que a oposição precisa ter uma pauta popular, para atrair um eleitorado, que fechou fileira no PT com a ausência de um líder no PSDB/DEM.

Fernando Henrique está querendo fazer o impossível: transformar a oposição em algo sério. Ou seja, pirou de vez. FHC deveria estar dando palestra e tomando café com Bill Clinton. Na política, diminuiu levemente o tamanho do Estado brasileiro, o que está mais do que bom para ele. Política não é mais para ele. Não tem mais moral para meter o bedelho no PSDB, depois da furada que custou a eleição de 2006: achou que Lula deveria ir sangrando as urnas, porque assim teria uma governabilidade num futuro governo do PSDB. Caiu do cavalo, merecidamente.

E uma oposição liderada por PSDB e DEM só pode ser ruim. Os dois governaram por oito anos, e esses partidos parecem ter um passado governista pra lá de suspeito, já que todas as vezes que o PT ameaça investigar a era FHC, a oposição se cala. O Brasil precisa de um partido de direita, sério. Consolidado. Que faça uma oposição feroz ao governo Lula. As eleições do ano passado nos mostraram que Lula não é esse mito imbatível nas urnas, e que o PSDB é um partido de bananas. Nós precisamos um partido que tenha como princípios o liberalismo, mas que saiba fazer uma oposição tão ferrenha quanto a petista.
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Duas alterações na parte direita do blog, na área de sites recomendados. A primeira é uma nova seção, a de lazer. E a segunda é a inclusão de dois novos sites, ambos, por coincidência, na seção "lazer".

O primeiro é um site sobre astronomia, para você, caro leitor, esquecer um pouco da nossa política e viajar pelo espaço.

O segundo é o blog de Roberto Jeferson, cujo mandato foi passado à lâmina em 2005. Entra na seção "lazer" porque não é lulista, e muito menos de informação. O cara é, no mínimo, muito suspeito. Ninguém sabe para onde foi os 4 milhões. Assumiu que passou a mão na grana. Mas ele sabe de mais do que ele falou até agora. Se pudesse, entrevistá-lo-ia. Como presidente de um partido governista, ele sabia( e desconfio que ainda sabe) de todos os esquemas que rolam sob os panos. E com um adicional: ele tem vontade de contar. Ademais, ele era engraçado.

04 maio 2007

O troco e a liderança

Volto a escrever, depois de um mês. A inter-temporada de férias ocorreu em parte por falta de tempo e por indisciplina desse que vos escreve. Mas também aconteceu por falta de assunto.
Tentarei tirar o atraso.
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Evo Morales, quem diria, está vindo com tudo novamente. Agora, quer as refinarias da Petrobras instaladas na Bolívia(leia aqui matéria no Blog do Josias de Souza).
Quando vi a notícia, lembrei-me imediatamente do meu professor de Geografia, que já disse a perda de investimentos da estatal brasileira em solo boliviano não seria tão problemática assim.
Hum. A matéria fala em mais de 130 milhões de dólares. Dinheiro do povo, via impostos ou via ações compradas pela população.
Mas por que se preocupar? Apesar de o nosso presidente defender os interesses bolivianos antes de tudo, essa grana não é nada, perto de outros ralos tupiniquins. Tapa-buracos, mensalão, sanguessugas, etc. 130 milhões é troco para um país rico como o nosso.
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José Dirceu defendeu a luta do Brasil para entrar no Conselho de Segurança da ONU. Não entendo essa obsessão de conseguir essa cadeira permanente. Desconfio que, caso consiga, Lula poderá dizer que é, sim, um líder na América Latina, sem ser pentelhado pela imprensa. Seria uma espécie de troféu da liderança lulista.
Só que tem dois problemas nessa história O primeiro é que a suposta liderança é balela. Argentina, Venezuela e Bolívia contestam Lula, sempre que possível. E o resto dos países ignoram o líder Lula. Na questão entre Uruguai x Argentina, não foi Lula o chamado para mediar; e sim o rei da Espanha, se não me falha a memória.
O outro problema é óbvio: se não conseguimos nem controlar nossos presos, com que moral podemos falar da segurança mundial?
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Arnaldo Jabor vai ser processado pelo presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, porque disse que tem maracutáia na verbas indenizatórias de combustível. Tudo bem, ele tem todo o direito de procurar a justiça caso se sinta ofendido. Mas uma pergunta que não quer calar: como os deputados gastam tanto combustível? Gastar 5 mil em gasolina por mês é algo pra lá de suspeito. Os deputados argumentam que viajam bastante para suas bases, e batem perna nos seus estados, o que justifica o gasto. Estranho. Nunca vi um deputado andando por Curitiba. Nunca vi ele perguntando para a população sobre a vida cotidiana. Mas quem sou eu para desconfiar deles?

10 abril 2007

Congresso- e outras cositas más

Leio que o Congresso, a partir de agora, vai começar a trabalhar, de modo oficial, apenas três dias por semana. São os únicos trabalhadores(tirando Lula e o ministro da Defesa) que trabalham tão pouco e ganham tão bem. E vão ganhar ainda mais, pois irão reajustar seus salários nessa semana, se não me engano. Por pura curiosidade, fiz as contas. Irão ganhar, por dia, 1300 reais. Sem contar todas as verbas a que tem direito. Ser congressista é uma atividade cada vez mais lucrativa. Eu, como um bom direitista fascista, deveria tentar uma vaga em alguma Assembléia Legislativa ou algo do gênero.
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Parece-me também que o Congresso caiu em descrédito perante ao povo, segundo uma pesquisa. Engraçado que não faz nem seis meses que esse povo colocou os parlamentares atuais em Brasília. Confirma o que eu falei num outro artigo: "O povo reelegeu mensaleiros e sanguessugas, além de reeleger Lula, um governante que, na melhor das hipóteses, foi conivente com o lamaçal de seu governo. Como pode exigir ética de seus representantes se os políticos sabem que podem roubar a vontade, que nas eleições eles ganham nosso voto?(...) A imprensa disse que, dando o aumento, os parlamentares, não estavam agindo como o povo pensa. Lorota. Nunca tivemos um Congresso tão fiel a seu eleitorado. "
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O petismo é engraçado.Defende a regulamentação da greve no setor público, que tem como medida principal o corte do ponto dos grevistas. Tudo bem. Concordo. Ponto para Lula. Mas eu fico me perguntando: qual seria a reação se, em vez de Lula, FHC ou Alckmin fosse o presidente?
Outro fato interessante foi a quebra das promessas feita pelo governo aos controladores durante a mesa de negociações. Já era esperado. Lula, apesar de um péssimo governante, é o político mais inteligente que surgiu desde a redemocratização. Tem um senso de sobrevivência política inigualável. Mandou as cabeças de Dirceu, Palocci e cia para se manter. Quando os militares ameaçaram cria um problema, Lula largou os controladores.
Mas não é esse o ponto. Lula, como sindicalista, nunca gostou de empresários que quebravam acordos feitos durante as negociações. Agora quebrou um e com a maior pompa. Lá se vai o mérito dele pela janela.
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José Dirceu publicou nota em seu blog, na qual traça um paralelo entre a criminalidade do Rio de Janeiro com a da Colômbia. E insinua: "O banditismo comanda onde o Estado recua." Atribui a força das Farc ao liberalismo do presidente Uribe.
Se Dirceu diz, é porque deve ser verdade. Mas, se isso fosse regra, por que o Brasil, com um Estado gigantesco, é tão violento? E por que o Chile, com seu modelo econômico liberal(nem venham me dizer que é de esquerda, por causa da presidente social-democrata), é o país mais desenvolvido da região?
E condenar Uribe pela violência é sacanagem. É um problema que vem se arrastando por anos na Colômbia. Não é culpa de um apenas. É um conjunto de fatores. É a mesma coisa que se eu culpasse Lula pela explosão da violência no Rio de Janeiro, embora Lula contribuiu para isso. FHC tem culpa, Sérgio Cabral e os Garotinho têm culpa.
Mas como é moda por aqui culpar o "neoliberalismo" por todos os males do Brasil, não há nada que se possa fazer.
Aliás, há sim. Um artigo do blog "Amigos do Presidente Lula". A notícia é sobre os avanços da Vale do Rio Doce. Culpa do neoliberalismo.

27 março 2007

Citando, citando e citando

Na Inglaterra, comemora-se hoje 200 anos da abolição do tráfico de escravos. A BBC Brasil, para aproveitar a data, resolveu entrevistar a titular da Secretaria Especial de Política da Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro.

Na entrevista, entre outras coisas, ela disse que não é racismo "quando um negro se insurge contra um branco". Eu gostaria de saber como a chefe de uma secretaria que deveria promover a igualdade racial pode falar que não há nada de mal no fato de um negro se "insurgir" contra um branco. Por que raios um pessoa de pele negra insurgiria-se contra uma pessoa de pele branca? Eu, por exemplo. Posso ser considerado um "branco". Sempre fui contra o preconceito, sob todas as formas. Até onde eu saiba, nunca fui preconceituoso com nenhuma pessoa de pele negra. Mas, apenas por eu ser "branco", um negro deveria se rebelar contra mim? Aliás, como ele se insurgiria contra mim?

Não digo que sou o exemplo de anti-racismo. Reconheço que a escravidão é uma das manchas históricas mais marcantes. Mas nada vai apagá-la. Não se combaterá preconceito com mais preconceito. Matilde Ribeiro afirmou que "a reação de um negro de não querer conviver com um branco, eu acho uma reação natural. Quem foi açoitado a vida inteira não tem obrigação de gostar de quem o açoitou". Eu não açoitei ninguém. Acusa-me de algo que eu nunca fiz. Afirmações como essa só fazem crescer a segregação por cores, a chamada segregação "racial". E isso é o primeiro passo para um racismo constitucional. Ponto para a senhora Ribeiro.
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Essa nota faz parte da série "vai entender": o ministro das Comunicações, Hélio Costa, falou que a TV estatal venezuelana não é apenas ruim, é péssima. O ministro acrescenta que "a única razão de ser dessa TV no sistema a cabo brasileiro é que ela é hilariante. Para rir, tem grande utilidade. É melhor do que o Chaves mexicano". Nunca tinha ouvido falar nesse ministro. Sempre um Zé Ninguém para mim. Mas já ganhou minha simpatia. Um ministro, sob mandato de Lula II, ter a coragem de falar mal de alguma coisa de Chávez, na cara dura, merece total confiança.

O ministro deu essas declarações para diferenciar a TV do Executivo de uma TV estatal, como a TV de Chávez. Deu a entender que a rede não será um mero palanque para o morador do Planalto. Duvido muito. Tudo o que se cria no Brasil pelo governo é para algum fim eleitoreiro. Mas pelo menos igual a do Chávez não vai ficar. Ponto para Hélio Costa.
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Diogo Mainardi, na coluna dessa semana, mostra o porquê de não dar progressão de pena para bandidos. Cito-o:
"• Um assassino pode ser condenado a uma pena de somente oito anos.
• Um assassino pode ser solto depois de passar somente um ano e meio na cadeia.
• A liberdade condicional é, na prática, incondicional. Só no Rio de Janeiro há 6.254 foragidos. Quase todos se aproveitaram do relaxamento da pena. "
Ele termina de forma tristemente verdadeira: "Sabe o que isso significa? Isso significa que o próximo cadáver a animar as tardes de domingo tem tudo para ser o seu ou o meu."
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Impagável a nota de Josias de Souza sobre a mudança de nome do PFL para DEM: "DEMasiado conservador, o PFL vem sendo DEMonizado pelo eleitorado. Quando DEManda votos, só obtém DEMonstrações de desapreço. Tornou-se um tanto DÉModé. Incomodado, decidiu DEMolir o próprio passado. Sem mais DEMoras, sai Jorge Bornhausen, DEMirugo da velha geração. Embora jovem DEMais, entra Rodrigo Maia, o neo-DEMiurgo. Sobre a última DEMão de tinta, inscreve-se na placa um novo logotipo. Em vez de PFL, agora será DEM. Vem de DEMocrata. Mas nada impedirá os adversários de dizerem que é coisa do DEMo. Política é mesmo de lascar. Quando não é a DEMagogia, é a DEMência em seu estado mais puro. "
Outra frase bem interessante é do colunista Tutty Vasques: "O movimento gay está organizando a ‘Parada DEM’ em represália ao PFL. Explica-se: o partido está mudando de nome para Partido Democrata, mas adotará a sigla DEM em vez de PD, por considerar esta última associada aos pederastas. Depois perdem as eleições e não sabem porque.".

Mais explicado impossível.

20 março 2007

Passeando pela concorrência

E a política conspira contra o signatário que vos fala. Nenhum assunto relevante. A reforma ministerial me dá poucos tomates a ser jogado em Lula II. A briga entre dois políticos(um que finge ser oposição, e o presidente da CCJ que finge ser imparcial) não dá duas linhas de texto. Então, a única opção de assunto é ver como está o meu blog favorito, VotoLula.
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O primeiro post do blog em questão é um intitulado "O que dizer contra a CPI da crise aérea". Cita uma frase de um deputado do PP: "Seria uma CPI meramente política, que visaria a paralisar o Congresso Nacional e o governo". É verdade. Quando a oposição, qualquer uma, pede uma CPI, pode ter certeza que serve só para atazanar o governo. Afinal, a oposição serve para isso. Mas há dois pontos conflitantes: o primeiro é que os aeroportos precisam de uma investigação. Um relatório, do TCU se não me falha a memória, apontava irregularidades na Infraero. Com os atrasos virando rotina, parece claro, pelo menos para mim, que nem tudo está bem na aviação civil brasileira. E o segundo ponto é uma tecla que 11 em 10 anti-Lula estão batendo desde 2005: quando oposição, o PT pedia CPI para tudo. Agora, não quer para nada.
Um exemplo dessa política vem de São Paulo: "“Na manhã de ontem(14/03), o PSDB brigou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara para instalar a CPI do Apagão Aéreo, mas à tarde, os tucanos usaram de todos os artifícios para obstruir, na Comissão de Direitos Humanos na Câmara, a realização de uma audiência pública para investigar o desmoronamento na obra do metrô em São Paulo." O texto entre aspas é de José Dirceu, que aponta uma incoerência tucana, pode apontar uma incoerência petista: por que abafar uma CPI que trata do caos dos aeroportos, enquanto é preciso uma investigação sobre o buraco do metrô? Quem garante que essa audiência não seja para fins políticos?
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Outro artigo digno de nota, esse um pouco mais antigo, é o post "Notas esparsas sobre uma visita polêmica". Fala da visita de Bush ao Brasil.
O autor da nota acha que a cobertura dos protestos foi um ato conspiratório da mídia. Cito-o: "Os grandes veículos abriram largo espaço para os protestos. Afinal, com uma pauta pró-governo que se auto-impôs de modo tão forte, era preciso buscar alguma coisa pra contrabalançar e desgastar a imagem do governo". O mais engraçado disso, fora o óbvio, é que, quando Clinton vinha visitar o Brasil, quem estava protestando eram justamente os signatários do blog. Até hoje eles defendem Hugo Chávez, um anti-americano.
Outro fato comentado pelo autor foi que "o avião do Bush Jr. é pelo menos 10 vezes maior do que o nosso bem conhecido Aerolula". E ironiza: "não deve haver um Arthur Virgílio no Congresso norte-americano para dizer que aquilo é fruto da vaidade ou deslumbramento do presidente". Não sei se há. Mas deveria. Eu acho um exagero. Esses presidentes com aviões enormes não faz sentido. Um jatinho até vai, é compreensível. Exigir que um presidente viaje de classe econômica é mesquinharia. Mas um AeroLula, ou um avião como o de Bush, é exagero.
O signatário continua: "apenas a Globo foi enfática ao informar que Bush não tem poderes para derrubar as barreiras protecionistas contra o álcool do Brasil". Eu não leio a Folha de São Paulo, mas Josias de Souza, em seu blog, enfatizou isso. Mas é bom notar que, mesmo se pudesse derrubar as tarifas, Bush não faria. E seu sucessor provavelmente mandará um projeto ao Congresso americano para renovar a barreira em 2009.
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Uma notícia publicada no portal ClicRBS, do grupo RBS(filial da Globo no Rio Grande do Sul e Santa Catarina): "Papagaio pode voltar ao regime semi-aberto". Para (todos) os desinformados, Papagaio é um ladrão de bancos, um dos mais perigosos do Rio Grande.
Pelo que deu para entender, ele fugiu do regime semi-aberto, foi recapturado e vão colocá-lo em regime semi-aberto, depois de 30 dias de isolamento. A defesa exige mudança de regime imediata. Traduzindo: o sujeito foge, é recapturado e vão colocá-lo em regime semi-aberto. O juiz justifica a medida pelo bom-comportamento do sujeito. Ah, bom. Se é assim, tudo muda.
E a lei não precisa de alterações. Afinal, não podemos concluir que, apesar de ele ter fugido na primeira oportunidade que demos a ele, ele fugirá na segunda. Nós, da direita fascista, precisamos acreditar na boa índole dos bandidos.

09 março 2007

Vários assuntos III

Na falta de um assunto melhor, escolho vários aleatoriamente.
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Uma notícia, do Blog do Noblat, explica parte do nosso fracasso. Os próprios promotores brasucas reconhecem que, se depender da nossa "justiça", Maluf poderá se orgulhar de nunca ter sido condenado. Depois dizem que os americanos não fazem nada pelo Brasil. Ponto para Bush.
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Lula está começando a se embananar antes da hora. A reforma ministerial está lhe causando problemas, principalmente com o PT, que nunca primou pela paciência. Lula conseguiu algo inédito ao irritar as duas partes do PMDB: a da Câmara dos Deputados, porque não lhes deu dois ministérios, como queriam os deputados; e o líder da parte do Senado, Renan Calheiros, por causa da eleição do PMDB. Por causa disso, o PMDB da Câmara ameaça Lula de forma indireta. Calheiros ameaça deixar passar a CPI do Apagão Aéreo(a candidata a nova CPI do Fim do Mundo), além de ajudar os oposicionistas a desengavetar mais de 400 vetos presidenciais represados no Congresso.
E, com isso tudo, quase se esquece de Marta Suplicy, que pode virar ex-quase ministra de Lula. Sem Marta no Planalto, Lula corre o risco de ver o PT lhe virar as costas na votação do PAC e virar oposição. E se tem algo que o PT sabe fazer, é oposição. Lula está com sérios problemas.
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Já disse que sou contra o voto obrigatório, que político nunca é merecedor de nossa confiança. Porém, minha opinião está mudando aos poucos.
Na segunda-feira, o presidente-ditador Hugo Chávez foi declarado persona non grata no Estado do Paraná(detalhes aqui e aqui).
O autor do requerimento foi o deputado Ney Leprevost, do Partido Progressista. Não sei de absolutamente nada sobre ele. Suas propostas, suas idéias, nada. Mas alguém que consegue fazer aprovar um requerimento desses merece meu voto. Ponto para Ney Leprevost.
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Para não dizerem que nunca elogiei Lula: louvável a medida que implementa a distribuição de camisinhas nas escolas públicas. É um passo importante para evitar DSTs e gravidez indesejada. Para melhorar, os professores precisam aderir a campanha, pois sem eles de nada adiantará.
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Ricardo comentou no último post, dedicado quase que exclusivamente a ele. Disse que eu sou desonesto, que sou sofista. Falou que não tenho causa. Chamou-me de bobo da corte.
Ricardo falou tudo o que eu era, mas esqueceu-se de algo simples: responder aos argumentos propostos. Se eu sou desonesto, se tenho "prazer pelo contraditório, a desonestidade intelectual típica dos sofistas"; argumentos certamente me derrubariam. Mas, por alguma razão obscura, ele resolveu não responder nada.
Quanto a causa, a minha não é bem definida, mas ela existe sob o nome do Liberalismo. Poderia fazer um artigo só para isso, mas acho totalmente desnecessário. Defender o capitalismo e o liberalismo no Brasil é pregar no deserto, visto que o Estado é incontestável. Mas eu pergunto: e a causa do Ricardo? Socialismo? A minha causa pode não ser das melhores, mas não matou como o Socialismo. Ponto para mim.

24 fevereiro 2007

Orkuteando com lulistas

(Farei algo que não gosto, mas o prazer pela discussão me tenta a postar apenas para responder um comentário.E mais: responderei TODO o comentário, e não apenas algumas partes dele. Depois disso, a não ser que Lula venha comentar aqui, tentarei não responder nenhum comentário, para isso aqui não virar uma briga orkutiana).
1-Ricardo ficou bravo com minha resposta. No 1º comentário, ele me chamou de "camarada". Agora, de "meu chapa". Ele não gosta de ser chamado de "lulista". Acha preconceituoso meter todos os que gostam de Lula num mesmo balaio. Engraçado que, quando a esquerda me chama de "neoliberal" e afins, não é preconceito.
2-Ricardo reclamou da ironia com a qual o link do blog- do qual ele é signatário- é apresentado. A ironia nunca é bem-vista pelos ironizados, é compreensível. Ele tem todo o direito de não gostar, assim como eu tenho todo o direito de mantê-la. Ele também disse que o primeiro comentário dele não era semi-pronto. Pode até que não seja, mas é estranho o fato de que pouca parte do texto dele rebatia o meu artigo.
3- Discordo quando ele diz que Lula é melhor do que nós dois juntos. Ele atribui a queda do coronelismo a Lula. Tenho minhas dúvidas. Depois que Lula se elegeu, a torneira da União fechou para os coronéis, geralmente do PFL. Quando a pefelândia voltar ao poder, poderei dizer se foi a falta de grana ou Lula que acabaram com o coronelismo.
4- Ele fala que FHC comprou sua reeleição. Eu acho que sim. Mas nada foi provado. É isso que falam de Lula. Na verdade, até onde eu saiba, nada foi provado contra Collor, visto que ele nunca foi condenado a crime nenhum.
Veja como mudam as coisas. falam um monte de FHC(e algumas eu até concordo), mas quando se trata de Lula as coisas mudam. Dois pesos, duas medidas.
5-Ainda sobre reeleição: se a PEC foi irregular, por que Lula se valeu dela para se reeleger em 2006?(A propósito: eu não acho que Lula irá o 3º mandato em 2010. E aqui tem mais uma diferença entre mim, Mainardi e Azevedo.)
6-Sobre as teles, eu sei alguma coisa, e imagino o que o Ricardo saiba: preços baixos, corrupção nas vendas, etc. Uma das coisas que eu sei é: antes das privatizações, tínhamos um mercado paralelo de linhas telefônicas, cujos preços chegam a mais de mil reais. Depois das privatizações, temos 100 milhões de usuários de celular e temos uma internet veloz, que podemos usar para discutir com os outros.
7-"No poder o discurso é: 'está tudo indo bem, vamos melhorar'. Na oposição, o discurso é: 'está tudo ruim, tem de mudar' ". Aqui Ricardo admite que o PT exagerava na oposição e que Lula omite algumas coisas., porque nem tudo está "indo bem". Desconfio que Ricardo seja defensor da tese exposta por um ministro da era FHC(cujo nome não me recordo), que disse que "o que é bom a gente mostra, o que ruim a gente esconde". Tirando o fato de que o povo é feito de otário, nada contra.
8-O Bolsa-Família dá de comer aos pobres. Nada mais do que isso. Eu sei o que o Ricardo acha: que já é muito. Engana-se. O pobre não se desenvolve, não cria, não se sustenta. É uma esmola, de forma literal.
9- A propósito, eu não defendo a elite. Não defendo ninguém. Só critico quem eu acho que deve ser criticado. Só que Lula nunca faz nada para NÃO ser criticado...
10- Ele me ironizou quando disse que Lula copiou a política econômica de FHC, citando um monte de "dados". Primeiro, que o cenário externo nunca esteve tão favorável, principalmente pelo fator "Chíndia". O Brasil cresceu a uma média de 2,7%, se não me engano; enquanto o mundo crescia a 5%. FHC, por mais que tenha defeitos, enfrentou várias crises. Lula não enfrentou nenhuma. Por isso esses dados vistosos. E segundo, eu disse que o sistema é o mesmo. Para exemplificar, gostaria que o Ricardo mostrasse as diferenças de APLICAÇÃO, e não resultados, das duas políticas econômicas.
11-Ricardo fala que sempre defendeu CPIs. Ótimo. Mas ele é uma excessão a regra. O PT sempre tentou abafar as CPIs, mas de forma menos competente que a base tucana na era FHC. Ele diz que "impeachment só com uma causa robusta e comprovada". Tudo bem. A pergunta é: qual é a acusação pela qual Fernando Collor foi condenado? Acho que nenhuma. Devemos reempossá-lo?
12-"No regime presidencialista, cargos se trocam por votos no Congresso.". Em 2002, falavam que iriam ser diferentes. Agora, falam que são iguais, e por isso fica tudo na mesma. Outra: eu até entendo que Lula precise negociar cargos, que faz parte do jogo político. Condeno, mas entendo. Mas nós ficaremos 2 meses(repito:2 MESES) sem ministros titulares, o que significa que são 2 meses com alguns ministérios parados.
13- Agora, a resposta para Luis Inacio. Peço, encarecidamente, que Ricardo psicografe as minhas singelas palavras...
14-"Ele não disse que punir com mais rigor aumenta a criminalidade". Na verdade, Luis Inacio me ironizou. Coloco toda a frase dele: "Tratar ainda mais mal e porcamente os detentos, turbinar o RDD, aumentar penas, cumprir o orçamento à risca..." E, até onde meus singelos conhecimentos vão, aumentar penas e turbinar o RDD é punir com mais rigor. Um pouco de lógica, e chego aonde cheguei.
15-"Também não disse que soltando bandidos mais ou menos perigosos reduzir-se-ia a criminalidade". Novamente, usei a ironia(na caso, a do psicografado) como base para chegar aonde cheguei.
16- "As leis não são brandas, a aplicação delas é que não se dá a contento em nosso país." Deve ser por isso que, para algum bandido entrar no RDD, por mais perigoso que seja, demora meses para tal coisa acontecer. Deve ser por isso que Nicolalau está em sua bela mansão em São Paulo: a lei existe, falta cumprir... Falta cumprir E faltam leis decentes.
17-"Dirceu usou os meios legais pra fazer sua defesa, usando os direitos que lhe cabiam, previstos na lei que vc tanto defende. A propósito, porque mesmo que ele foi caçado?" Eu sei que usou, e nunca duvidei disso. Só achei que o fato de essas brechas existirem é ruim. Por isso condeno, e não defendo, a lei atual.
Sobre a cassação de Dirceu: acho que o procurador-geral da República nos deu uma razão bem interessante para a cassação. Mas eu sei o que você vai dizer: Dirceu não foi julgado. É verdade. Nem Collor.

22 fevereiro 2007

Batendo em Lulista II

Eu sou obrigado a elogiar os lulistas. Um problema recorrente deste blog é que os leitores raramente se manifestavam, apesar de insistentes pedidos. Porém, eles foram nos dois últimos artigos e comentaram, sem eu pedir. E, de quebra, deram um assunto para um post. Assunto, como vocês estão cansados de saber, sempre falta. Lula, fornecedor constante de assunto para o signatário que vos escreve, está um pouco parado, talvez pensando no ministério que irá nomear para...qual é o mais novo prazo dele? Enfim, vamos ao que interessa.
O primeiro lulista a aparecer por essas bandas foi alguém que se nomeia "Ricardo". Pelo que deu a entender, é um dos signatários do blog "VotoLula".
Desconfio que a turma do "VotoLula" tem um texto meio pronto para qualquer opositor, visto que ele poderia ter comentado com o mesmo texto no post em que falo do baile da minha mãe ou do meu professor de educação física.
Ricardo escreve que "esta elite para a qual você se baba todo de admiração - os tucanos, os pefelistas e os "pensantes" (por assim dizer) do tipo Reinaldo Azevedo e Dioguito Mainardi - fez do país.". Ricardo fala sem ler. O texto pronto não serve para mim. Várias vezes, inclusive no artigo que ele comentou, chamei o PSDB de bananas. A pefelândia também não serve. A melhor notícia dos últimos tempos foi o PFL mudar de nome. Já cansei de ser associado com a pefêlandia e seus caciques suspeitos, como ACM.
E eu não digo amém a tudo o que Mainardi, Azevedo ou qualquer colunista de direita escreve. Concordo com algumas coisas, e discordo de outras. Mainardi, por exemplo, foi contra a morte de Terry Schiavi(aquela mulher americana que estava há 15 anos ligadas a aparelhos e o marido entrou na justiça para desligar esses aparelhos). Eu fui a favor. Eu não "babo" por ninguém, ao contrário dos lulistas, que enaltece tudo o que Lula fala e/ou faz.
Ricardo insinua que eu acredito que "as falcatruas do PT" são exclusivas do PT. Bobagem. FHC roubou também. Só foi mais discreto. E menos abrangente. Se FHC corrompeu, não chegou aos pés do PT. E quando saia denúncia contra o governo tucano, lá iam os petistas pedindo CPIs e afastamentos. Com Lula, isso mudou. Passaram a pregar a governabilidade.
Ricardo me dá um conselho: "Dê-se ao trabalho de ler coisas como os relatórios PNAD, IBGE etc., para CONSTATAR a redução de desigualdades (regionais e socio-econômicas), a retomada de crescimento, a reconquista do equilíbrio econômico e fiscal, a recuperação da credibilidade do país, tanto pela sua nova política externa quanto pelo equacionamento da dívida externa.". Bolsa- Família não reduz desigualdade. Na verdade, é um atestado de pobreza. E que "retomada do crescimento" é essa? 2,7% do PIB ano passado é retomar o crescimento? E o PAC? Vai dar ao Brasil o "espetáculo do crescimento", prometido por Lula? Vai dar ao Brasil 5% do PIB de crescimento? Aposto com qualquer um que o Brasil não cresce mais de 4% do PIB esse ano, se apenas as reformas do PAC forem implementadas.
O Brasil recuperou sua credibilidade e alcançou os números econômicos que Lula faz questão de mostrar graças à continuação da política econômica de FHC. Não é crédito de Lula. Na verdade, nem de FHC, mas sim de Pedro Malan e cia.
Por fim, Ricardo insinua que eu sou uma marionete da "grande mídia"(essa não é dele, e sim do meu caro professor de Geografia), dizendo que a mídia fez "um mal danado ao desenvolvimento mental de gerações, como a tua, eu suponho.". Eu até posso ser um débil mental, como Ricardo insinua. Mas eles não estão num nível acima do meu. Troque a palavra "mídia" por "Lula" e pronto: terás descrito os petistas. Com um adicional: eu nunca me contradisse em pontos da economia e política. Já o PT, quando oposição, criticava a política econômica, sempre queria CPI para os escândalos, o que era bem justo, diga-se de passagem e chiavam da troca de cargos por votos. No governo, o PT sofreu uma transformação e passou a sustentar Palocci, tentou abafar o quanto pôde as CPIs e os escândalos(como o do Lulinha) e tem um presidente que espera três meses para anunciar seu ministério para acomodar toda a base governista, transformando Lula num negociador de cargos. No fim, sou menos ruim que os lulistas.
O segundo, tentarei ser breve, é um que assina como "Luis Inácio". Esse foi melhor, escreveu sobre o artigo em seu comentário. Ele começa me ironizando, pois dei sugestões para melhorar a segurança. Ele acha que punir com mais rigor aumenta a criminalidade. É verdade, eu sou um fracasso: como não pude ver antes que é soltando os bandidos, principalmente os mais perigosos(para os quais deveriam ser aplicadas minhas singelas sugestões) é que a criminalidade reduzirá?
Concordo que alguém que rouba um CD não pode ser jogado junto com chefes do tráfico. Mas acho que a lei é branda demais justamente com os mais desonestos. Exemplo: o juiz "Nicolalau", aquele que desviou uma fortuna do TRE, se não me engano, está em prisão domiciliar. Ou seja, ele fica preso, mas fica em sua mansão paulistana, sofrendo sua duríssima pena. José Dirceu conseguiu adiar seu processo de cassação por mais de um mês com liminares. Fernandinho Beira Mar não pôde ficar no RDD por mais de dois anos, porque a lei não permitia. Esse é o absurdo que se deve corrigir. Mas Luis Inacio nos propõe algo muito mais prático: abrandar a punição. Ele deve estar certo. No fim, não sou menos ruim que os lulistas.

18 fevereiro 2007

Tudo na mesma

Todo mundo viu a história do assassinato brutal do menino João, arrastado pelas ruas cariocas. Todo mundo ficou perplexo. Todo mundo cobrou soluções. Todo mundo achando que se fará alguma coisa.
A revista VEJA, da semana passada, perguntava em sua capa se iríamos fazer alguma coisa depois do assassinato. A resposta veio de imediato: uma lei do senador Álvaro Dias, bem conhecido por alguns leitores pela "brilhante" e "de altíssimo nível" campanha de 2002 ao governo do Paraná, que proíbe contenção de recursos do orçamento destinados à segurança, salvo casos extremos. Uma lei que demonstra toda a nossa bananice: uma criança é morta de forma monstruosa e o que fazemos é aprovar uma lei que, na verdade, deveria ser uma obrigação óbvia do Estado, cumprir o Orçamento. Mas claro, no Brasil, as coisas são mais complexas: cumprir o Orçamento é piada pelas terras descobertas por Cabral. Josias de Souza perguntou se não é melhor fazer um Orçamento realista? Eu respondo: se fizerem um Orçamento realista, não dá para mostrar em campanha.
Os petistas falam que diminuir a maioridade penal não resolve. Lula e os presidentes da Câmara e do Senado seguem essa linha de raciocínio. Verdade. Só isso não basta, é necessário fazer com que os bandidos fiquem na cadeia. Mas é essencial mudar a lei nesse aspecto. As quadrilhas já usam menores porque sabem que eles irão escapar.
Se perguntassem para mim, eu reduziria a maioridade penal para 16 anos.Um adolescente de 16 anos já sabe a diferença entre o certo e o errado. Se com 16 anos se pode votar, pode-se também responsabilizar pelos seus atos. Mas acrescentaria uma detalhe particular: para crimes hediondos, não existiria diferença de idade. Quem mata de forma bárbara daquele jeito não pode ser protegido pelo ECA. Não pode ficar alguns anos "preso" e com 18 anos sair com ficha limpa.
Também estabeleceria o Regime Disciplinar Diferenciado como norma para crimes hediondos, e acabaria com o limite de tempo para o RDD. Também extinguiria a possibilidade de quem cometeu crimes hediondos de mudar para regime semi-aberto, assim como acabaria com aquelas saídas em feriados e datas comemorativas para todos os presos.
E, por fim, mudaria a lei para acabar com os infinitos recursos a que os réus têm direito. A Carta de 1988 protege o bandido demais, porque foi uma Constituição pós-ditadura e se tinha medo da volta dos presos políticos. Essa volta é impossível, o que torna essa proteção inútil.
Mas eu sei que nada disso irá acontecer. O Brasil simplesmente não anda, mesmo sob efeito da tragédia ou da indignação. A classe política, salvo honrosas excessões, irá ficar como está. A revista VEJA teve uma resposta a sua pergunta: não vamos fazer nada, como sempre.

05 fevereiro 2007

E agora, Jósé?

Depois de 10 dias sem nada a publicar, eu volto para lhe pentelhar, caro leitor. E com algumas novidades. Embora pequenas, são bem interessantes.
O formato do texto finalmente ficou dentro da margem. Antes, alguns textos ficavam fora da margem, o que não era lá muito legal. O texto, antes, ficava num parágrafo só, porque o "Enter" não era aceito como uma nova linha pelo Blogger. E, last but not least, os links enormes que eu colocava nos posts sumiram, devido a um truque aprendido às três horas da manhã. No lugar deles, eu defino uma palavra que, quando pressionada, levá-lo-á ao link que eu indiquei.
Para estrear essa nova fase do blog, farei o que mais gosto de fazer: bater em lulista. Para quem não se deu o trabalho de ir na seção "Links"; ao lado direito do blog, há um blog chamado "Voto Lula". Quando eu vi esse blog pela primeira vez, eu não dei muita bola. Agora, porém, sinto-me até emocionado com tanta munição. Só comunidade do orkut tem mais munição para eu atirar em lulista.
Um dos posts do tal blog é um artigo escrito por José Dirceu.
O senhor Dirceu começa seu escrito dizendo que "quando chegaram as eleições de 2006 e o Bolsa Família já era um sucesso inegável, passaram a acusá-lo de assistencialismo e de ser o único responsável pela eleição de Lula, nova fase da campanha para desqualificar os programas sociais e o resultado das urnas." O Bolsa-Família é pura esmola. Além de ser a reunião de todos os programas sociais de FHC, extinguiu a contrapartida. Não que eu gostasse de FHC e seu Bolsa-Escola, que exigia que a criança frequentasse a escola. De que adianta frequentar uma escola de péssima qualidade? O Estado perde dinheiro e a criança perde seu tempo.
Concordo com ele no que diz à vitória de Lula ser creditada apenas ao Bolsa-Família. É verdade, não foi só por isso. Alckmin deu uma bela ajuda, com sua infinita bananice diante das privatizações. Quando Lula impôs o tema das privatizações, Alckmin tremeu nas bases. Mas o Bolsa-Família teve um peso importantíssimo na reeleição de Lula.
Dirceu continua em sua coluna: "se o PT nomeia petistas é aparelhamento do Estado, se o PSDB nomeia tucanos é a ordem natural das coisas.". Não que eu goste, mas defendo um pouco o PSDB. O aparelhamento estatal feito pelo PT foi muito superior ao do PSDB. Segundo nota publicada no Blog do Noblat, o PT quer nove ministérios, inclusive ministérios de primeiro escalão, como Fazenda, Casa Civil e Saúde. O PMDB, partido com maior bancada no Parlamento, quer cinco. Se isso não for aparelhamento, já não sei o que é.
O ex-ministro continua dizendo que "a oposição pretende é desmobilizar a importante base de apoio que o governo conquistou, com o lançamento do PAC, tanto no empresariado como no meio sindical e popular.". Primeiro, que se a oposição não concordou com pontos do PAC, deve fazer isso mesmo: criticar. A não ser que Dirceu concordou com Lula quando este disse que a oposição deveria se calar até 2010. Segundo, que o apoio não foi lá tão grande. Alguns sindicatos entraram na justiça contra a União por causa da proposta do uso do FGTS. Parte do empresariado criticou a timidez das medidas, da falta de cortes dos gastos estatais e da falta de participação da iniciativa privada nos investimentos na infra-estrutura. Como bem disse a ministra-chefe da Casa Civil, é dinheiro público na veia. Não há como crescer assim.
O ex-deputado vai em frente falando que "querem que o governo assuma o programa derrotado nas urnas, querem deslegitimar o mandato(...). Na prática, querem dar um golpe branco na vontade popular expressa nas eleições de 2006.". O senhor Dirceu deveria saber que não houve programa vencedor. Não houve propostas. No máximo, idéias, mas sem dizer como elas seriam aplicadas e com que dinheiro. O que houve foi propaganda. Lula dizia que fez um monte de coisas, que foi melhor que FHC, o que não é muito verdadeiro. Alckmin dizia que era o candidato da ética, apesar de 69 CPIs engavetadas sob seu mandato desmentirem esse rótulo. E tem mais: algumas reformas são essenciais para o país crescer, como a da Previdência, a trabalhista e a tributária.
Mais uma coisa: "golpe branco"? O ex-ministro deu a entender que a crítica ao PAC(ou ao PACtóide, como diria Reinaldo Azevedo) seria um golpe. Oras, crítica deveria ser aceita para melhorar o programa, se o objetivo é "fazer o país crescer e retomar o desenvolvimento nacional". Para José Dirceu, aceitar críticas é querer "que o governo assuma o programa derrotado nas urnas, (a oposição e a mídia)querem deslegitimar o mandato, recebido por Lula".

20 janeiro 2007

De volta ao trabalho

Para a infelicidade de você, leitor, voltei da viagem do Rio Grande do Sul.
As minhas férias podem ser divididas em algumas partes, algumas boas outras nem tanto.
A primeira parte pode ser resumida da seguinte maneira: pegue alguma música de funk. Coloque-a para tocar, mas com o volume no máximo. Esse detalhe é essencial. Pronto. Você viu como foi a primeira parte das minhas férias.
A segunda parte foi ouvir fogos de artifício enquanto eu estava deitado na virada de ano. E jogar canastra.
A terceira, e última, foi marcada por absolutamente nada. Deu para ver como foram divertidas as minhas férias?
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Não posso ser injusto. Esqueci de mencionar algo importante. Enquanto assistia a um filme, apareceu uma propaganda que não pode ser deixada de lado: era a propaganda do incrível CD de Gilberto Barros!E ainda por cima era sério! Para o leitor ter uma idéia do nível elevado de suas músicas, copio um trecho: “Essa árvore tinha um galho/Oh que galho, mas que galho/Ai, ai, ai que amor de galho.”. Outro trecho: “Acorrentado em você/Estou me sentindo acorrentado/Morrendo de tanto te querer/Coisa de quem está apaixonado.”. Estamos todos perdidos.
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Uma das minhas avós tem antena parabólica. Com isso, consegui assistir a Tv Educativa. Por uma coincidência, peguei uma entrevista com Roberto Requião, nosso governador. Ele disse que o pedágio foi controlado e que a grande mídia, leia-se a Gazeta do Povo, é manipuladora. Sobre o pedágio, ele deve estar certo, a despeito do fato dos paranaenses terem de pagar R$20,00 para ir e voltar às praias, enquanto os gaúchos pagam R$5,00, ida e volta. Mas isso é irrelevante para Requião. Eu não leio a Gazeta, mas acho que quando um governista começa a culpar a mídia por causa dos problemas, é porque tem algo errado. Uma frase do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, resume bem: “O New York Times está no seu papel de colocar os problemas, e o nosso papel é resolvê-los.”. Apesar de nenhum governante acreditar nessa frase, e Cabral está incluído, ela está certa. Cabe a imprensa apontar os problemas, e não ser culpada por eles. Mas até os nossos mandatários aprenderem...
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Todo mundo acha que a Globo é anti-lulista, que ela fez campanha para Alckmin. Na posse de Lula II, fez-se até um coro: “O povo não é bobo, fora a Rede Globo”(Só uma observação:o povo é, sim, bobo). Mas parece que Manoel Carlos, autor de Páginas da Vida, está se redimindo. Na novela, várias vezes os personagens exaltaram o envio de tropas da Força Nacional de Segurança. Alguém pode falar que a situação está fora de controle. Discordo. Para a situação sair do controle da polícia, a situação precisa, antes, estar sob controle, o que não ocorre. O que acontece no Rio são tréguas. Quando os bandidos bem entendem, eles agem. Essas tropas vão ser um tapa-buracos. Elas matarão meia dúzia de bandidos, prenderão outros, mas quando for embora, deixarão à mesma situação de quase-caos. O problema do Brasil é que tapa-buracos é algo louvável, admirável. Inclusive por Manoel Carlos.Outra medida para conter a violência foi antecipar a ação de agentes que entrariam em ação no Pan2007, atuando para conter o crime organizado durante os jogos. A mensagem para os bandidos é clara: “Durante os jogos, vocês não farão nada. Depois, quando a gente for embora, aí sim vocês poderão fazer o que quiserem.”

05 dezembro 2006

Carta aberta ao professor Marcos Silvério.

Sei, faz algum tempo, que suas aulas não primam pela imparcialidade dos temas. Sei que as matérias dadas, e como elas são dadas, têm uma forte tendência anti-capitalista. Já me acostumei com isso. Porém, na última aula, do dia 28/11 deste ano, o que foi dito não pode passar sem resposta.
Duas coisas ditas pelo caro professor foram incorretas, ao meu ponto de ver. A primeira é que o NAFTA foi maléfico para o México, e serviu apenas para aumentar o domínio dos EUA em cima do pobre México. A segunda foi que a quebra de contratos da Bolívia com a Petrobras, ocorrida em maio deste ano, não iria trazer prejuízos para o país. Tentarei mostrar porque essas teses não resistem a uma pesquisa mais profunda.
O NAFTA, assinado em 1994, engloba México, EUA e Canadá. Até hoje se contesta o acordo, principalmente nos países da América Latina, onde a esquerda conquistou, em grande parte do território, a hegemonia cultural e política. Porém, no México, único país latino-americano afetado diretamente pelo acordo, acha que o NAFTA foi vantajoso para o país. De fato, o governo mexicano espera ampliar o NAFTA para outros países, como o Chile. O modelo econômico adotado pelo México é parecido com o chileno, baseado em tratados de livre comércio.
O crescimento mexicano cinco anos após a assinatura do tratado foi em média 5% ao ano. Para efeitos comparativos, nos cinco anos anteriores a assinatura a média foi de 3%. E no primeiro ano de tratado, o México foi afetado por uma crise econômica, mas logo se recuperou. Analistas afirmam que a rápida recuperação se deve, em grande parte, pela economia aberta do México. O crescimento diminuiu depois de 1997, mas isso se deve a instabilidade econômica que rondou a Ásia, Rússia e Brasil na virada do milênio.
Os investimentos estrangeiros somaram, em 2004, 16 bi de dólares. Desses, 9 bilhões foram oriundos dos países parceiros do NAFTA. Antes do tratado, eram apenas 2 bilhões de dólares.
A balança comercial com os países membros do NAFTA mudou drasticamente. Na época pré-NAFTA, havia um déficit de 3,7 bi de dólares. Agora, depois do tratado, o México tem um superávit de 57,8 bi de dólares.
As relações mexicanas com os Estados Unidos são muito promissoras. Os mexicanos acham que o mercado de seu vizinho é promissor e julga que está na frente de seus concorrentes emergentes, como Brasil, China e Argentina. 10% das importações dos Estados Unidos são originárias de seu vizinho de baixo. E 13% das exportações têm o México como destino.
Não serei ingênuo a ponto de dizer que o NAFTA só trouxe benefícios para o México. A agricultura perdeu muito com o NAFTA, pois a produção mexicana era artesanal, se comparada à modernidade das fazendas norte-americanas. E ainda há o problema das maquiladoras e das imigrações ilegais.
Porém, é inegável que o NAFTA trouxe ao México um crescimento econômico sustentável e estável. Aliado a políticas maduras, o NAFTA elevou o México como um país promissor, que conta com um mercado consumidor de mais de 300 milhões de pessoas com restrições menores de que outros países. O professor é adepto daquela frase de um ex-ditador mexicano: “Pobre México, tão longe de Deus e tão perto dos Estados Unidos”. Os mexicanos tiveram uma visão mais apurada. E se deram melhor.
Sobre a Petrobrás, não é necessário toda uma explicação. Com a quebra de contratos feita unilateralmente por Evo Morales, a Petrobras se arriscou a perder um bilhão de dólares em investimentos. Seria repugnante se não houvesse um fator adicional: a Petrobras é estatal. E aqui não se discute se ela deveria ou não ser privatizada, mas sim que ela é estatal e que, portanto, tem dinheiro de milhões de contribuintes. Ao falar que os investimentos realizados pela Petrobras seriam dispensáveis, o professor insinua que um bilhão de dólares do contribuinte brasileiro poderia ser jogado pela janela.
Claro que é não defendo a tese de que o Brasil deveria invadir a Bolívia, como alguns chegaram a sugerir. Mas não se poderia ficar quieto diante da situação, como aconteceu. O presidente da Petrobras foi o único governista a espernear contra o roubo. Em vão. Na última hora, aceitou mudar o contrato da Petrobras com a Bolívia, e aceitando um aumento do gás.
É bom deixar claro que, ao escrever essa carta, não tenho nenhuma pretensão pessoal. Não quero malhá-lo porque o odeio. Muitos atribuem a minha discussão com o senhor por motivos pessoais. Nada disso. Se não o considero um excelente professor, o contrário também não é verdade. Só tento contribuir para transformar o debate em algo construtivo. E afirmações como “o neoliberalismo é ruim para o Brasil” e coisas do gênero, soltas no ar sem argumentação alguma, não acrescentam nada ao debate.
Espero ter acrescentado algo ao debate. Sem mais delongas.

Anderson Schein

29 novembro 2006

Eu, o entrevistador

Adoro promoções. Não todas. Só aquelas que oferecem a oportunidade de conhecer outros lugares. E aquelas, evidentemente, que o prêmio me interessa. Mas estas são mais raras. Aquelas são mais interessantes. Já participei de uma promoção do ColdPlay(não pergunte quem são) só porque teria um show deles em Londres. Participei não por causa do grupo musical, mas sim por causa de Londres. E do celular que eles ofereciam, claro.
Participei de uma estes dias. Da BBC Brasil. Perguntava quais assuntos pelos quais eu me interessava ou qual seria meu entrevistado, caso eu pudesse escolher. O ganhador vai para Londres conhecer os estúdios da BBC, participa de um programa da rede e vai para São Paulo conhecer a CBN. Essa promoção uniu o útil ao agradável: poderei conhecer um dos maiores órgãos de imprensa do mundo e ainda conhecerei Londres. Não precisa ser um gênio para saber que meu entrevistado seria Lula. Colocarei os meus questionamentos aqui:
-O Ministério da Defesa enviou um relatório ao seu gabinete em 2003, avisando que, caso não se investisse no setor aéreo, teríamos um caos. Por que esse relatório foi ignorado?
-O seu partido tentou criar o Conselho Federal de Jornalismo, que iria controlar a imprensa. Vossa Excelência quase caçou a cidadania do jornalista do The New York Times que insinuou que o senhor exagerava na bebida. O seu comitê eleitoral censurou um comentário de Arnaldo Jabor feito à rádio CBN. Qual a sua opinião sobre a imprensa?
-Na campanha presidencial, o senhor criticou as privatizações da era FHC. Porém, é fato que a telefonia, por exemplo, melhorou apenas quando passou à iniciativa privada. Se o senhor critica tanto as privatizações, porque não reestatizou as empresas privatizadas?
- A Polícia Federal disse, em relatório preliminar, que o dossiê anti-tucano teve dirigentes do PT nacional envolvidos. O senhor ainda sustenta a insinuação de que o dossiê poderia ser obra da própria oposição?
-O senhor diz que seu governo foi um exemplo de ética. Porém, partidos como PTB e PL, que estavam no epicentro do mensalão, irão compor a sua base aliada no segundo mandato. Isso é ético?
-O senhor sempre disse que não soube do mensalão e que, assim que soube, mandou investigar. Porém, a base governista tentou abafar, sem sucesso, as CPIs que investigaram o caso. O sistema de inteligência brasileiro não lhe avisou de nenhuma movimentação atípica? Em caso negativo, por que pagamos esse sistema?
-O senhor diz que o salto na carreira empresarial de seu filho, o "Lulinha", foi totalmente lícito, e que não houve favorecimento por parte da Telemar nos investimentos na empresa de seu filho. O senhor acha que caso eu pedisse um patrocínio à Telemar para um projeto meu, eu obteria o mesmo valor obtido por seu filho?
-Voltando à questão do mensalão. O senhor disse afastou Ricardo Berzoini da coordenação de sua campanha á reeleição porque Berzoini não viu "coisas que aconteciam debaixo do seu nariz", no caso do dossiê. Não foi isso que aconteceu no caso do mensalão: o senhor não deixou de ver "coisas que aconteciam debaixo do seu nariz"?
-Vossa Excelência sempre diz que a política externa brasileira é um sucesso. No caso das geladeiras na Argentina e no caso dos hidrocarbonetos na Bolívia o senhor acha que a política externa foi um sucesso?
- Em seu governo, as negociações para a Alça foram paralisadas, parte por causa da rejeição dos norte-americanos em reduzir tarifas alfandegárias dos produtos agrícolas, parte por causa intransigência dos brasileiros na redução de tarifas de produtos industrializados dos EUA. O senhor acha que ter abandonado a ALCA foi uma decisão sábia?
- O crescimento econômico brasileiro foi pífio durante seu governo. O mundo crescia a 5% ao ano, enquanto o Brasil patinava em 3% ao ano. O cenário internacional era extremamente favorável, mas o Brasil não aproveitou. O que o faz pensar que teremos, no segundo mandato, um crescimento maior?
- Saiu na imprensa que parte da operação “tapa-buracos” teve, em quase 60% dos casos, irregularidades nas licitações. Sabe-se também que as obras foram mal feitas e que as estradas reformadas estão voltando ao patamar anterior. Essa operação foi uma medida eleitoreira? Teremos uma operação “tapa-buracos” ano que vem, já que as estradas estão num nível parecido ao do ano passado? Em vez de ter feito essa operação, por que não se investiu na melhora permanente das estradas, ou em transporte de cargas alternativos, fazendo, assim, o Brasil deixar de depender de carretas?

23 novembro 2006

Meus queridos doutrinários

Nunca gostei de escola. Sempre achei que muitas das coisas ensinadas eram totalmente inúteis. Ainda acho. Pegue o exemplo de Biologia: eu te dou um doce se você estudar um capítulo do meu livro e, depois de um mês, tirar 8 numa prova.
Mas não é esse o assunto. As matérias de Estudos Sociais são, em sua esmagadora maioria, perigosa para os alunos. O que temos não são aulas ministradas por mestres, mas sim cartilhas esquerdistas doutrinadas por guerrilheiros. Geografia ilustra o que eu falo: meu professor manipula palavras e humilha opositores. E quando nós fazemos à mesma coisa, estamos o desrespeitando. De fato, ele sempre me chama de “neoliberal”, o que deveria ofender; mas quando eu o chamo de parcial e manipulador ele fica irritado.
Certa vez, ele realizou um trabalho com a turma. Fez os grupos e sorteou os temas. Veja algum deles: “Formas monopolizadoras do capitalismo”; “Neoliberalismo” (esse foi o meu tema e, modéstia bem a parte, foi um arraso); e “Reforma Agrária”. É bom observar que os dois primeiros temas são inexistentes e o terceiro deveria ser. O professor foi contra as privatizações, dizendo aquela mentira esquerdista de entrega de patrimônio brasileiro. Na apresentação do meu tema, eu apresentei dados, ele não. Adivinha quem ficou quieto.
Noutra ocasião, eu tentei gravar a aula dele, e ele percebeu. No intervalo, ele veio até mim e disse que eu não poderia fazer isso por causa de direitos autorais (não é essa a palavra, mas o sentido é parecido). Duas coisas a se notar: uma é que ele ficou bem preocupado com a possibilidade de o que ele fala chegar aos ouvidos dos pais. A outra é que ele entra em contradição: ele defende o MST, que acha o direito à propriedade privada um “capricho burguês” (como diria VEJA); mas quando é o seu direito a propriedade a coisa é diferente. Esquerdista é hilário...
A outra matéria é mais perigosa onde estudo, pois o professor é muito mais competente na doutrinação. Filosofia tem como titular um vice-prefeito do PT (as coincidências da vida...). A doutrinação fica clara nos temas: lemos textos da Escola de Frankfurt, esquerdistas e aprendemos como o MST é bonzinho e só quer a Reforma Agrária; mas não ouvimos uma palavra sobre escola austríaca, liberalismo e terrorismo agrário praticado pelo MST.
A perspectiva não é nada boa: nas universidades, são poucas e fracas as resistências à esquerdização das matérias. Mesmo os grêmios estudantis são marxistas até a medula. Proponho gravar as aulas desses professores. O medo que um professor tem de um gravador faz com que eles parem de nos doutrinar.
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Um autor que tem textos bem interessantes é Rodrigo Constantino. A maioria dos textos de seu blog (http://rodrigoconstantino.blogspot.com/) é ótima. Mas vou indicar alguns em especial (antes de ler, vejam as datas dos textos):
- “O Adeus a Milton Friedman” (http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2006/11/o-adeus-milton-friedman_17.html)
- “Dia de Finados” (http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2006/11/dia-de-finados.html)
- “Terceiro Turno” (http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2006/11/terceiro-turno.html)
- “Os defensores do atraso” (http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2006/10/os-defensores-do-atraso.html)
- “Não somos racistas” (http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2006/08/no-somos-racistas.html)
- “Um corrupto de direita” (http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2006/05/um-corrupto-de-direita.html)
- “Voto: direito ou dever?” (http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2006/05/voto-direito-ou-dever.html).
- “Liberdade de Expressão” (http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2006/02/liberdade-de-expresso.html)

15 novembro 2006

Vários assuntos II

Nenhum assunto em especial, só alguns que merecem um pouco de atenção.
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Fiquei curioso quando vi a notícia de que as centrais sindicais, lideradas pela CUT, farão uma manifestação para aumentar o mínimo para 420 reais para o ano que vem. O Orçamento da União prevê o mínimo para 375 reais. Lula contou com apoio irrestrito dos sindicatos e movimentos sociais nas eleições, sobretudo no segundo turno. Agora, estes movimentos estão cobrando a conta. O problema é que Lula não conseguirá fechar a conta, pois faltará dinheiro. Vai ser divertido ver Lula negociar com toda esta gente.
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Cada vez que a oposição cria uma CPI, os petistas falam que estão tentando tirar Lula do poder. Invocam sempre a “democracia”, o “resultado da maioria” para acobertar suas besteiras. Quando, depois das eleições, falaram em cassação do diploma, falaram em “golpismo”, em “terceiro turno”. Lorota, evidentemente. Não é esse o ponto, porém.
Alckmin, quando governador, engavetou 69 CPIs, usando uma brecha jurídica. O PT entrou no STF e derrubou essa brecha. Agora, o PT quer implantar, em São Paulo, se não todas, as mais importantes CPIs. Concordo. Se há o que investigar que se investigue. Só pergunto uma coisa: qual a diferença dessas CPIs com às implantadas no governo Lula? Só é “golpismo” quando é contra o lulismo?
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Eu sempre disse que Lula foi pior que FHC em todos os aspectos. Confesso que menti. Errei. Fui injusto com Lula, admito.
Em 2001, FHC promoveu o “apagão elétrico”. A falta de investimentos no setor elétrico fez com que grande parte do Brasil racionasse energia. Foi uma de suas piores besteiras feitas em seu governo.
Agora, Lula promoveu o “apagão aéreo”. A falta de investimentos no setor aéreo fez com que grande parte dos vôos atrasasse. Qualquer semelhança não é mera coincidência. E Lula foi alertado pelo ministro da Defesa da época por meio de um relatório dizendo que, caso não fosse investido no setor aéreo, este iria entrar em colapso. Isso foi em 2003. Lula, porém, preferiu investir em coisas mais úteis, como Esmola-Família, mensalão e dossiê.
Os aeroportos estão numa situação caótica. Atrasos de meia hora é sorte. Os atrasos médios são de uma a duas horas. A falta de controladores foi um dos motivos do acidente do avião da GOL. Agora, eles querem trabalhar de acordo com as normas internacionais.
O apagão de FHC criou um caos no Brasil, mas não matou ninguém. O apagão lulista já matou 154 pessoas. Lula foi melhor que FHC em alguma coisa. Ponto para Lula.
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Lula sempre dizia na campanha que ele combateu a corrupção, que não varreu nada para debaixo do tapete. Mais um fato que comprova a mentira: uma pesquisa divulgada por uma ONG mostra que o Brasil piorou no ranking da corrupção mundial em 8 posições. Algo mais que piorou, entre as várias coisas que pioraram no Brasil. Não sou ingênuo a ponto de achar que, caso Serra fosse o presidente, o Brasil estaria muito melhor. O problema é Lula representa a bananice, o atraso, a roubalheira, o atentado à democracia. Elegê-lo é querer que o Brasil volte para trás, que o Brasil piore em todos os sentidos.
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Na campanha presidencial, o lulismo dizia que Alckmin, caso chegasse ao Planalto, iria privatizar Banco do Brasil, Caixa, Petrobrás e Correios. O irônico é que foi anunciado a privatização de um monte de rodovias federais, incluindo a BR-101, que vai de Curitiba a Florianópolis. Não sou contra essa privatização. Para efeito de comparação, recomendo ir até Florianópolis por essa rodovia e ir de Osório(RS) até Porto Alegre pela FreeWay, estrada privatizada. Desde que o preço do pedágio seja razoável( e o da FreeWay é bem razoável), as privatizações das estradas é a melhor coisa que pode acontecer. Mas não é esse o ponto. Lula, o “defensor do Estado”, agora privatiza.

24 outubro 2006

A diplomacia do coronel Lula

O brasileiro é uma desgraça mesmo. Todas as pesquisas eleitorais apontam para uma vitória esmagadora de Lula. Mesmo com mensalão. Mesmo com Sanguessuga. Mesmo com Lulinha. Mesmo com cartilhas não-explicadas. Mesmo com chantagem à Daniel Dantas. Mesmo com membros próximos de Lula envolvido nisto tudo. Mesmo com desaquecimento da economia. Mesmo com petização da máquina. Mesmo com o aumento de impostos. Mesmo com a tentativa de calar a imprensa. Mesmo com um presidente contraditório.
Até o dia das eleições, este blog tentará desmistificar cada ponto "positivo" de Lula.
O primeiro "mérito" a ser desmascarado é a política externa. Lula enche a boca para falar dela. Diz que o Brasil é um líder dos países subdesenvolvidos. Lula realmente acha que é líder de alguma coisa.
Mentira deslavada. A diplomacia brasileira fracassou em todos os sentidos. No caso da Bolívia, tratou um assunto comercial como um assunto diplomático. Para ver a burrice de Lula, é só lembrar quem estava na reunião após o decreto boliviano. Estavam Néstor Kirchner(deve ser assim que se escreve), presidente da Argentina; Lula, suposto presidente do Brasil; Evo Morales, presidente da Bolívia e Chávez, ditador-presidente da Venezuela. Em primeiro lugar, os representantes comerciais dos países envolvidos deveriam se reunir. A Espanha, afetada pela nacionalização, não mandou seu primeiro-ministro. em segundo lugar, o que Chávez estava fazendo lá? A Venezuela não importa um metro cúbico de gás da Bolívia. Chávez virou líder das Américas da noite para o dia. Bye Bye, liderança brasileira.
Outro grande "trunfo" da liderança brasileira é que "o FMI não diz o que se deve fazer". É uma mentira. As regras econômicas do FMI são seguidas pela absoluta maioria dos países capitalistas e dos que fingem ser. O superávit primário, regras do FMI, está mantido no governo Lula. O brasileiro é muito ingrato com o FMI. Se tivéssemos seguido a risca a cartilha liberal do FMI, estaríamos numa situação melhor. É só ver o Chile, um país mais aplicado no cumprimento das regras liberais, que daqui a 10 anos será um país de 1º mundo, segundo analistas econômicos.
Outro grande orgulho da diplomacia petista é a banana que o Brasil deu pra ALCA. Quando a ALCA era negociada, o Brasil mandou "cumpanheiros" para negociar, ao invés de técnicos em comércio. O ministério das Relações Exteriores consultou, antes da reunião, a CUT para saber a opinião deles. O mais grave é que a parte do ministério especializada em comércio não foi consultada. O resultado foi óbvio: ALCA parada. Os EUA resolveram, assim, fazer uma "ALCA seletiva", com acordos bilaterais com vários países sul-americanos. Os EUA mataram dois coelhos numa paulada só: conseguiu vantagens econômicas e não precisou acabar com os subsídios agrícolas. Vitória de Bush. Derrota de Lula.
O fato de Lula ainda ter chances de ganhar a eleição expõe nosso fracasso. Quando o NÃO ganhou no Referendo do ano passado, falaram que o eleitorado tinha amadurecido. Lorota. O brasileiro vota como no século passado: o voto de cabresto. O coronel Lula ameaça com a perda das esmolas governamentais caso perca.
P.S.: Eu, ao contrário dos petistas, sou uma pessoa democrática. Já que muitos se declaram lulistas com orgulho, eu forneço aqui uma coisa que não sou obrigado a fornecer: direito de resposta. O lulista que quiser manda uma resposta aos artigos publicados aqui. Se não for muito grande, será publicado aqui na íntegra. Só que eu vou contra-argumentar. E não vai ter direito de resposta à contra-argumentação do direito de respota, porque se não vira zona. Ou seja, faça um texto bem feito. Espero ansiosamente.