As múltiplas faces de uma incoerência humana

24 fevereiro 2007

Orkuteando com lulistas

(Farei algo que não gosto, mas o prazer pela discussão me tenta a postar apenas para responder um comentário.E mais: responderei TODO o comentário, e não apenas algumas partes dele. Depois disso, a não ser que Lula venha comentar aqui, tentarei não responder nenhum comentário, para isso aqui não virar uma briga orkutiana).
1-Ricardo ficou bravo com minha resposta. No 1º comentário, ele me chamou de "camarada". Agora, de "meu chapa". Ele não gosta de ser chamado de "lulista". Acha preconceituoso meter todos os que gostam de Lula num mesmo balaio. Engraçado que, quando a esquerda me chama de "neoliberal" e afins, não é preconceito.
2-Ricardo reclamou da ironia com a qual o link do blog- do qual ele é signatário- é apresentado. A ironia nunca é bem-vista pelos ironizados, é compreensível. Ele tem todo o direito de não gostar, assim como eu tenho todo o direito de mantê-la. Ele também disse que o primeiro comentário dele não era semi-pronto. Pode até que não seja, mas é estranho o fato de que pouca parte do texto dele rebatia o meu artigo.
3- Discordo quando ele diz que Lula é melhor do que nós dois juntos. Ele atribui a queda do coronelismo a Lula. Tenho minhas dúvidas. Depois que Lula se elegeu, a torneira da União fechou para os coronéis, geralmente do PFL. Quando a pefelândia voltar ao poder, poderei dizer se foi a falta de grana ou Lula que acabaram com o coronelismo.
4- Ele fala que FHC comprou sua reeleição. Eu acho que sim. Mas nada foi provado. É isso que falam de Lula. Na verdade, até onde eu saiba, nada foi provado contra Collor, visto que ele nunca foi condenado a crime nenhum.
Veja como mudam as coisas. falam um monte de FHC(e algumas eu até concordo), mas quando se trata de Lula as coisas mudam. Dois pesos, duas medidas.
5-Ainda sobre reeleição: se a PEC foi irregular, por que Lula se valeu dela para se reeleger em 2006?(A propósito: eu não acho que Lula irá o 3º mandato em 2010. E aqui tem mais uma diferença entre mim, Mainardi e Azevedo.)
6-Sobre as teles, eu sei alguma coisa, e imagino o que o Ricardo saiba: preços baixos, corrupção nas vendas, etc. Uma das coisas que eu sei é: antes das privatizações, tínhamos um mercado paralelo de linhas telefônicas, cujos preços chegam a mais de mil reais. Depois das privatizações, temos 100 milhões de usuários de celular e temos uma internet veloz, que podemos usar para discutir com os outros.
7-"No poder o discurso é: 'está tudo indo bem, vamos melhorar'. Na oposição, o discurso é: 'está tudo ruim, tem de mudar' ". Aqui Ricardo admite que o PT exagerava na oposição e que Lula omite algumas coisas., porque nem tudo está "indo bem". Desconfio que Ricardo seja defensor da tese exposta por um ministro da era FHC(cujo nome não me recordo), que disse que "o que é bom a gente mostra, o que ruim a gente esconde". Tirando o fato de que o povo é feito de otário, nada contra.
8-O Bolsa-Família dá de comer aos pobres. Nada mais do que isso. Eu sei o que o Ricardo acha: que já é muito. Engana-se. O pobre não se desenvolve, não cria, não se sustenta. É uma esmola, de forma literal.
9- A propósito, eu não defendo a elite. Não defendo ninguém. Só critico quem eu acho que deve ser criticado. Só que Lula nunca faz nada para NÃO ser criticado...
10- Ele me ironizou quando disse que Lula copiou a política econômica de FHC, citando um monte de "dados". Primeiro, que o cenário externo nunca esteve tão favorável, principalmente pelo fator "Chíndia". O Brasil cresceu a uma média de 2,7%, se não me engano; enquanto o mundo crescia a 5%. FHC, por mais que tenha defeitos, enfrentou várias crises. Lula não enfrentou nenhuma. Por isso esses dados vistosos. E segundo, eu disse que o sistema é o mesmo. Para exemplificar, gostaria que o Ricardo mostrasse as diferenças de APLICAÇÃO, e não resultados, das duas políticas econômicas.
11-Ricardo fala que sempre defendeu CPIs. Ótimo. Mas ele é uma excessão a regra. O PT sempre tentou abafar as CPIs, mas de forma menos competente que a base tucana na era FHC. Ele diz que "impeachment só com uma causa robusta e comprovada". Tudo bem. A pergunta é: qual é a acusação pela qual Fernando Collor foi condenado? Acho que nenhuma. Devemos reempossá-lo?
12-"No regime presidencialista, cargos se trocam por votos no Congresso.". Em 2002, falavam que iriam ser diferentes. Agora, falam que são iguais, e por isso fica tudo na mesma. Outra: eu até entendo que Lula precise negociar cargos, que faz parte do jogo político. Condeno, mas entendo. Mas nós ficaremos 2 meses(repito:2 MESES) sem ministros titulares, o que significa que são 2 meses com alguns ministérios parados.
13- Agora, a resposta para Luis Inacio. Peço, encarecidamente, que Ricardo psicografe as minhas singelas palavras...
14-"Ele não disse que punir com mais rigor aumenta a criminalidade". Na verdade, Luis Inacio me ironizou. Coloco toda a frase dele: "Tratar ainda mais mal e porcamente os detentos, turbinar o RDD, aumentar penas, cumprir o orçamento à risca..." E, até onde meus singelos conhecimentos vão, aumentar penas e turbinar o RDD é punir com mais rigor. Um pouco de lógica, e chego aonde cheguei.
15-"Também não disse que soltando bandidos mais ou menos perigosos reduzir-se-ia a criminalidade". Novamente, usei a ironia(na caso, a do psicografado) como base para chegar aonde cheguei.
16- "As leis não são brandas, a aplicação delas é que não se dá a contento em nosso país." Deve ser por isso que, para algum bandido entrar no RDD, por mais perigoso que seja, demora meses para tal coisa acontecer. Deve ser por isso que Nicolalau está em sua bela mansão em São Paulo: a lei existe, falta cumprir... Falta cumprir E faltam leis decentes.
17-"Dirceu usou os meios legais pra fazer sua defesa, usando os direitos que lhe cabiam, previstos na lei que vc tanto defende. A propósito, porque mesmo que ele foi caçado?" Eu sei que usou, e nunca duvidei disso. Só achei que o fato de essas brechas existirem é ruim. Por isso condeno, e não defendo, a lei atual.
Sobre a cassação de Dirceu: acho que o procurador-geral da República nos deu uma razão bem interessante para a cassação. Mas eu sei o que você vai dizer: Dirceu não foi julgado. É verdade. Nem Collor.

22 fevereiro 2007

Batendo em Lulista II

Eu sou obrigado a elogiar os lulistas. Um problema recorrente deste blog é que os leitores raramente se manifestavam, apesar de insistentes pedidos. Porém, eles foram nos dois últimos artigos e comentaram, sem eu pedir. E, de quebra, deram um assunto para um post. Assunto, como vocês estão cansados de saber, sempre falta. Lula, fornecedor constante de assunto para o signatário que vos escreve, está um pouco parado, talvez pensando no ministério que irá nomear para...qual é o mais novo prazo dele? Enfim, vamos ao que interessa.
O primeiro lulista a aparecer por essas bandas foi alguém que se nomeia "Ricardo". Pelo que deu a entender, é um dos signatários do blog "VotoLula".
Desconfio que a turma do "VotoLula" tem um texto meio pronto para qualquer opositor, visto que ele poderia ter comentado com o mesmo texto no post em que falo do baile da minha mãe ou do meu professor de educação física.
Ricardo escreve que "esta elite para a qual você se baba todo de admiração - os tucanos, os pefelistas e os "pensantes" (por assim dizer) do tipo Reinaldo Azevedo e Dioguito Mainardi - fez do país.". Ricardo fala sem ler. O texto pronto não serve para mim. Várias vezes, inclusive no artigo que ele comentou, chamei o PSDB de bananas. A pefelândia também não serve. A melhor notícia dos últimos tempos foi o PFL mudar de nome. Já cansei de ser associado com a pefêlandia e seus caciques suspeitos, como ACM.
E eu não digo amém a tudo o que Mainardi, Azevedo ou qualquer colunista de direita escreve. Concordo com algumas coisas, e discordo de outras. Mainardi, por exemplo, foi contra a morte de Terry Schiavi(aquela mulher americana que estava há 15 anos ligadas a aparelhos e o marido entrou na justiça para desligar esses aparelhos). Eu fui a favor. Eu não "babo" por ninguém, ao contrário dos lulistas, que enaltece tudo o que Lula fala e/ou faz.
Ricardo insinua que eu acredito que "as falcatruas do PT" são exclusivas do PT. Bobagem. FHC roubou também. Só foi mais discreto. E menos abrangente. Se FHC corrompeu, não chegou aos pés do PT. E quando saia denúncia contra o governo tucano, lá iam os petistas pedindo CPIs e afastamentos. Com Lula, isso mudou. Passaram a pregar a governabilidade.
Ricardo me dá um conselho: "Dê-se ao trabalho de ler coisas como os relatórios PNAD, IBGE etc., para CONSTATAR a redução de desigualdades (regionais e socio-econômicas), a retomada de crescimento, a reconquista do equilíbrio econômico e fiscal, a recuperação da credibilidade do país, tanto pela sua nova política externa quanto pelo equacionamento da dívida externa.". Bolsa- Família não reduz desigualdade. Na verdade, é um atestado de pobreza. E que "retomada do crescimento" é essa? 2,7% do PIB ano passado é retomar o crescimento? E o PAC? Vai dar ao Brasil o "espetáculo do crescimento", prometido por Lula? Vai dar ao Brasil 5% do PIB de crescimento? Aposto com qualquer um que o Brasil não cresce mais de 4% do PIB esse ano, se apenas as reformas do PAC forem implementadas.
O Brasil recuperou sua credibilidade e alcançou os números econômicos que Lula faz questão de mostrar graças à continuação da política econômica de FHC. Não é crédito de Lula. Na verdade, nem de FHC, mas sim de Pedro Malan e cia.
Por fim, Ricardo insinua que eu sou uma marionete da "grande mídia"(essa não é dele, e sim do meu caro professor de Geografia), dizendo que a mídia fez "um mal danado ao desenvolvimento mental de gerações, como a tua, eu suponho.". Eu até posso ser um débil mental, como Ricardo insinua. Mas eles não estão num nível acima do meu. Troque a palavra "mídia" por "Lula" e pronto: terás descrito os petistas. Com um adicional: eu nunca me contradisse em pontos da economia e política. Já o PT, quando oposição, criticava a política econômica, sempre queria CPI para os escândalos, o que era bem justo, diga-se de passagem e chiavam da troca de cargos por votos. No governo, o PT sofreu uma transformação e passou a sustentar Palocci, tentou abafar o quanto pôde as CPIs e os escândalos(como o do Lulinha) e tem um presidente que espera três meses para anunciar seu ministério para acomodar toda a base governista, transformando Lula num negociador de cargos. No fim, sou menos ruim que os lulistas.
O segundo, tentarei ser breve, é um que assina como "Luis Inácio". Esse foi melhor, escreveu sobre o artigo em seu comentário. Ele começa me ironizando, pois dei sugestões para melhorar a segurança. Ele acha que punir com mais rigor aumenta a criminalidade. É verdade, eu sou um fracasso: como não pude ver antes que é soltando os bandidos, principalmente os mais perigosos(para os quais deveriam ser aplicadas minhas singelas sugestões) é que a criminalidade reduzirá?
Concordo que alguém que rouba um CD não pode ser jogado junto com chefes do tráfico. Mas acho que a lei é branda demais justamente com os mais desonestos. Exemplo: o juiz "Nicolalau", aquele que desviou uma fortuna do TRE, se não me engano, está em prisão domiciliar. Ou seja, ele fica preso, mas fica em sua mansão paulistana, sofrendo sua duríssima pena. José Dirceu conseguiu adiar seu processo de cassação por mais de um mês com liminares. Fernandinho Beira Mar não pôde ficar no RDD por mais de dois anos, porque a lei não permitia. Esse é o absurdo que se deve corrigir. Mas Luis Inacio nos propõe algo muito mais prático: abrandar a punição. Ele deve estar certo. No fim, não sou menos ruim que os lulistas.

18 fevereiro 2007

Tudo na mesma

Todo mundo viu a história do assassinato brutal do menino João, arrastado pelas ruas cariocas. Todo mundo ficou perplexo. Todo mundo cobrou soluções. Todo mundo achando que se fará alguma coisa.
A revista VEJA, da semana passada, perguntava em sua capa se iríamos fazer alguma coisa depois do assassinato. A resposta veio de imediato: uma lei do senador Álvaro Dias, bem conhecido por alguns leitores pela "brilhante" e "de altíssimo nível" campanha de 2002 ao governo do Paraná, que proíbe contenção de recursos do orçamento destinados à segurança, salvo casos extremos. Uma lei que demonstra toda a nossa bananice: uma criança é morta de forma monstruosa e o que fazemos é aprovar uma lei que, na verdade, deveria ser uma obrigação óbvia do Estado, cumprir o Orçamento. Mas claro, no Brasil, as coisas são mais complexas: cumprir o Orçamento é piada pelas terras descobertas por Cabral. Josias de Souza perguntou se não é melhor fazer um Orçamento realista? Eu respondo: se fizerem um Orçamento realista, não dá para mostrar em campanha.
Os petistas falam que diminuir a maioridade penal não resolve. Lula e os presidentes da Câmara e do Senado seguem essa linha de raciocínio. Verdade. Só isso não basta, é necessário fazer com que os bandidos fiquem na cadeia. Mas é essencial mudar a lei nesse aspecto. As quadrilhas já usam menores porque sabem que eles irão escapar.
Se perguntassem para mim, eu reduziria a maioridade penal para 16 anos.Um adolescente de 16 anos já sabe a diferença entre o certo e o errado. Se com 16 anos se pode votar, pode-se também responsabilizar pelos seus atos. Mas acrescentaria uma detalhe particular: para crimes hediondos, não existiria diferença de idade. Quem mata de forma bárbara daquele jeito não pode ser protegido pelo ECA. Não pode ficar alguns anos "preso" e com 18 anos sair com ficha limpa.
Também estabeleceria o Regime Disciplinar Diferenciado como norma para crimes hediondos, e acabaria com o limite de tempo para o RDD. Também extinguiria a possibilidade de quem cometeu crimes hediondos de mudar para regime semi-aberto, assim como acabaria com aquelas saídas em feriados e datas comemorativas para todos os presos.
E, por fim, mudaria a lei para acabar com os infinitos recursos a que os réus têm direito. A Carta de 1988 protege o bandido demais, porque foi uma Constituição pós-ditadura e se tinha medo da volta dos presos políticos. Essa volta é impossível, o que torna essa proteção inútil.
Mas eu sei que nada disso irá acontecer. O Brasil simplesmente não anda, mesmo sob efeito da tragédia ou da indignação. A classe política, salvo honrosas excessões, irá ficar como está. A revista VEJA teve uma resposta a sua pergunta: não vamos fazer nada, como sempre.

05 fevereiro 2007

E agora, Jósé?

Depois de 10 dias sem nada a publicar, eu volto para lhe pentelhar, caro leitor. E com algumas novidades. Embora pequenas, são bem interessantes.
O formato do texto finalmente ficou dentro da margem. Antes, alguns textos ficavam fora da margem, o que não era lá muito legal. O texto, antes, ficava num parágrafo só, porque o "Enter" não era aceito como uma nova linha pelo Blogger. E, last but not least, os links enormes que eu colocava nos posts sumiram, devido a um truque aprendido às três horas da manhã. No lugar deles, eu defino uma palavra que, quando pressionada, levá-lo-á ao link que eu indiquei.
Para estrear essa nova fase do blog, farei o que mais gosto de fazer: bater em lulista. Para quem não se deu o trabalho de ir na seção "Links"; ao lado direito do blog, há um blog chamado "Voto Lula". Quando eu vi esse blog pela primeira vez, eu não dei muita bola. Agora, porém, sinto-me até emocionado com tanta munição. Só comunidade do orkut tem mais munição para eu atirar em lulista.
Um dos posts do tal blog é um artigo escrito por José Dirceu.
O senhor Dirceu começa seu escrito dizendo que "quando chegaram as eleições de 2006 e o Bolsa Família já era um sucesso inegável, passaram a acusá-lo de assistencialismo e de ser o único responsável pela eleição de Lula, nova fase da campanha para desqualificar os programas sociais e o resultado das urnas." O Bolsa-Família é pura esmola. Além de ser a reunião de todos os programas sociais de FHC, extinguiu a contrapartida. Não que eu gostasse de FHC e seu Bolsa-Escola, que exigia que a criança frequentasse a escola. De que adianta frequentar uma escola de péssima qualidade? O Estado perde dinheiro e a criança perde seu tempo.
Concordo com ele no que diz à vitória de Lula ser creditada apenas ao Bolsa-Família. É verdade, não foi só por isso. Alckmin deu uma bela ajuda, com sua infinita bananice diante das privatizações. Quando Lula impôs o tema das privatizações, Alckmin tremeu nas bases. Mas o Bolsa-Família teve um peso importantíssimo na reeleição de Lula.
Dirceu continua em sua coluna: "se o PT nomeia petistas é aparelhamento do Estado, se o PSDB nomeia tucanos é a ordem natural das coisas.". Não que eu goste, mas defendo um pouco o PSDB. O aparelhamento estatal feito pelo PT foi muito superior ao do PSDB. Segundo nota publicada no Blog do Noblat, o PT quer nove ministérios, inclusive ministérios de primeiro escalão, como Fazenda, Casa Civil e Saúde. O PMDB, partido com maior bancada no Parlamento, quer cinco. Se isso não for aparelhamento, já não sei o que é.
O ex-ministro continua dizendo que "a oposição pretende é desmobilizar a importante base de apoio que o governo conquistou, com o lançamento do PAC, tanto no empresariado como no meio sindical e popular.". Primeiro, que se a oposição não concordou com pontos do PAC, deve fazer isso mesmo: criticar. A não ser que Dirceu concordou com Lula quando este disse que a oposição deveria se calar até 2010. Segundo, que o apoio não foi lá tão grande. Alguns sindicatos entraram na justiça contra a União por causa da proposta do uso do FGTS. Parte do empresariado criticou a timidez das medidas, da falta de cortes dos gastos estatais e da falta de participação da iniciativa privada nos investimentos na infra-estrutura. Como bem disse a ministra-chefe da Casa Civil, é dinheiro público na veia. Não há como crescer assim.
O ex-deputado vai em frente falando que "querem que o governo assuma o programa derrotado nas urnas, querem deslegitimar o mandato(...). Na prática, querem dar um golpe branco na vontade popular expressa nas eleições de 2006.". O senhor Dirceu deveria saber que não houve programa vencedor. Não houve propostas. No máximo, idéias, mas sem dizer como elas seriam aplicadas e com que dinheiro. O que houve foi propaganda. Lula dizia que fez um monte de coisas, que foi melhor que FHC, o que não é muito verdadeiro. Alckmin dizia que era o candidato da ética, apesar de 69 CPIs engavetadas sob seu mandato desmentirem esse rótulo. E tem mais: algumas reformas são essenciais para o país crescer, como a da Previdência, a trabalhista e a tributária.
Mais uma coisa: "golpe branco"? O ex-ministro deu a entender que a crítica ao PAC(ou ao PACtóide, como diria Reinaldo Azevedo) seria um golpe. Oras, crítica deveria ser aceita para melhorar o programa, se o objetivo é "fazer o país crescer e retomar o desenvolvimento nacional". Para José Dirceu, aceitar críticas é querer "que o governo assuma o programa derrotado nas urnas, (a oposição e a mídia)querem deslegitimar o mandato, recebido por Lula".