As múltiplas faces de uma incoerência humana

04 maio 2007

O troco e a liderança

Volto a escrever, depois de um mês. A inter-temporada de férias ocorreu em parte por falta de tempo e por indisciplina desse que vos escreve. Mas também aconteceu por falta de assunto.
Tentarei tirar o atraso.
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Evo Morales, quem diria, está vindo com tudo novamente. Agora, quer as refinarias da Petrobras instaladas na Bolívia(leia aqui matéria no Blog do Josias de Souza).
Quando vi a notícia, lembrei-me imediatamente do meu professor de Geografia, que já disse a perda de investimentos da estatal brasileira em solo boliviano não seria tão problemática assim.
Hum. A matéria fala em mais de 130 milhões de dólares. Dinheiro do povo, via impostos ou via ações compradas pela população.
Mas por que se preocupar? Apesar de o nosso presidente defender os interesses bolivianos antes de tudo, essa grana não é nada, perto de outros ralos tupiniquins. Tapa-buracos, mensalão, sanguessugas, etc. 130 milhões é troco para um país rico como o nosso.
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José Dirceu defendeu a luta do Brasil para entrar no Conselho de Segurança da ONU. Não entendo essa obsessão de conseguir essa cadeira permanente. Desconfio que, caso consiga, Lula poderá dizer que é, sim, um líder na América Latina, sem ser pentelhado pela imprensa. Seria uma espécie de troféu da liderança lulista.
Só que tem dois problemas nessa história O primeiro é que a suposta liderança é balela. Argentina, Venezuela e Bolívia contestam Lula, sempre que possível. E o resto dos países ignoram o líder Lula. Na questão entre Uruguai x Argentina, não foi Lula o chamado para mediar; e sim o rei da Espanha, se não me falha a memória.
O outro problema é óbvio: se não conseguimos nem controlar nossos presos, com que moral podemos falar da segurança mundial?
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Arnaldo Jabor vai ser processado pelo presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, porque disse que tem maracutáia na verbas indenizatórias de combustível. Tudo bem, ele tem todo o direito de procurar a justiça caso se sinta ofendido. Mas uma pergunta que não quer calar: como os deputados gastam tanto combustível? Gastar 5 mil em gasolina por mês é algo pra lá de suspeito. Os deputados argumentam que viajam bastante para suas bases, e batem perna nos seus estados, o que justifica o gasto. Estranho. Nunca vi um deputado andando por Curitiba. Nunca vi ele perguntando para a população sobre a vida cotidiana. Mas quem sou eu para desconfiar deles?