As múltiplas faces de uma incoerência humana

26 julho 2006

Nada se cria, tudo se copia

Eu não sou criativo. Eu apenas adapto às coisas do meu meio, transformando em obra minha.
O assunto do qual escrevo hoje é copiado, descaradamente, do blog do Bagre: eleições. Porém, não é sobre os candidatos. Eu não falarei mal dos candidatos. Hoje. Quando começar a campanha, isto aqui descambará em um blog politiqueiro. Mas não hoje.
O voto no Brasil é obrigatório para os cidadãos de 18 a 65 anos, sendo facultativos para os de mais de 65 anos e para a faixa entre 16 e 18 anos.
Por que é obrigatório? O voto não é um direito democrático? Nos países democráticos de verdade, isso não existe. Vota se quiser. Mas como estamos num regime que pode ser tudo, menos democracia, um direito vira uma obrigação. É um direito do cidadão não votar. Dormir em vez de votar. Farofar na praia em vez de votar. Ficar bêbado em vez de votar. Quando votamos, tornamo-nos cúmplices das canalhices dos políticos. Tornamo-nos culpados por suas roubalheira. E, em outubro, temos que ir às urnas, escolher um bandido qualquer e sermos roubados.
Alguém me lembra que esta campanha será a campanha da ética, temos até um canddato que dará um banho de ética. Porém, quando sabemos que um dos candidatos à Presidência foi conivente com o maior escândalo de corrupção sistemática da história, inaugurando um novo tipo de comprade parlamentares; quando sabemos que este candidato é líder nas pesquisas e que pode vencer no 1º turno; que o povo pobre sabe de todo o lamaçal no Exutivo e Legislativo; e quando sabemos que o principal oponente engavetou 68 CPIs em sua gestão; governou por 12 anos um Estado e tem a cara de pau de dizer que a culpa na segurança não é dele; que, quando Marcola assume as ruas paulistanas, o candidato some e não dá sinal de vida e quando sabemos que este oponente disse que dará um "banho de ética", que será "um choque de gestão"; é algo para se pensar. Votar pra quê? Que opções temos? Que novas idéias temos?
Os candidatos não possuem soluções, só a identificação dos problemas. Cristóvam Buarque diz que se precisa fazer um investimento maciço na educação. Grande novidade. Lula e Alckmim têm planos de governo parecidíssimos, até por serem ideologicamente próximos. Heloísa Helena diz que cortará as taxas de juros pela metade. Vinda de uma esquerdista, é uma grande novidade. Os candidatos estão como eu: não são criativos, apenas adaptam às coisas ao seu redor e as transformam em obras suas.

21 julho 2006

Apresentação

Bom, graças ao blog dos outros, aliado à uma vontade que tenho já faz algum tempo de escrever sobre inutilidades do cotidiano, resolvi fazer este blog. Não será necessariamente um diário, tampouco tratará sobre um assunto em especial. O que vier eu comento. Pode ser desde um fato da rotina até a variação da elíptica de Netuno. O que eu achar legal comentar será comentado. Claro que, para alguém que tenha o que fazer, será um pouco de cultura inútil.Mas se você tem algo de legal para fazer, e acha que sairá algo útil deste blog, nem entre mais.Isto aqui será um modo de gastar o meu tempo e o seu. Até a hora em que eu(ou você) arranjar algo mais importante para fazer.