As múltiplas faces de uma incoerência humana

24 outubro 2006

A diplomacia do coronel Lula

O brasileiro é uma desgraça mesmo. Todas as pesquisas eleitorais apontam para uma vitória esmagadora de Lula. Mesmo com mensalão. Mesmo com Sanguessuga. Mesmo com Lulinha. Mesmo com cartilhas não-explicadas. Mesmo com chantagem à Daniel Dantas. Mesmo com membros próximos de Lula envolvido nisto tudo. Mesmo com desaquecimento da economia. Mesmo com petização da máquina. Mesmo com o aumento de impostos. Mesmo com a tentativa de calar a imprensa. Mesmo com um presidente contraditório.
Até o dia das eleições, este blog tentará desmistificar cada ponto "positivo" de Lula.
O primeiro "mérito" a ser desmascarado é a política externa. Lula enche a boca para falar dela. Diz que o Brasil é um líder dos países subdesenvolvidos. Lula realmente acha que é líder de alguma coisa.
Mentira deslavada. A diplomacia brasileira fracassou em todos os sentidos. No caso da Bolívia, tratou um assunto comercial como um assunto diplomático. Para ver a burrice de Lula, é só lembrar quem estava na reunião após o decreto boliviano. Estavam Néstor Kirchner(deve ser assim que se escreve), presidente da Argentina; Lula, suposto presidente do Brasil; Evo Morales, presidente da Bolívia e Chávez, ditador-presidente da Venezuela. Em primeiro lugar, os representantes comerciais dos países envolvidos deveriam se reunir. A Espanha, afetada pela nacionalização, não mandou seu primeiro-ministro. em segundo lugar, o que Chávez estava fazendo lá? A Venezuela não importa um metro cúbico de gás da Bolívia. Chávez virou líder das Américas da noite para o dia. Bye Bye, liderança brasileira.
Outro grande "trunfo" da liderança brasileira é que "o FMI não diz o que se deve fazer". É uma mentira. As regras econômicas do FMI são seguidas pela absoluta maioria dos países capitalistas e dos que fingem ser. O superávit primário, regras do FMI, está mantido no governo Lula. O brasileiro é muito ingrato com o FMI. Se tivéssemos seguido a risca a cartilha liberal do FMI, estaríamos numa situação melhor. É só ver o Chile, um país mais aplicado no cumprimento das regras liberais, que daqui a 10 anos será um país de 1º mundo, segundo analistas econômicos.
Outro grande orgulho da diplomacia petista é a banana que o Brasil deu pra ALCA. Quando a ALCA era negociada, o Brasil mandou "cumpanheiros" para negociar, ao invés de técnicos em comércio. O ministério das Relações Exteriores consultou, antes da reunião, a CUT para saber a opinião deles. O mais grave é que a parte do ministério especializada em comércio não foi consultada. O resultado foi óbvio: ALCA parada. Os EUA resolveram, assim, fazer uma "ALCA seletiva", com acordos bilaterais com vários países sul-americanos. Os EUA mataram dois coelhos numa paulada só: conseguiu vantagens econômicas e não precisou acabar com os subsídios agrícolas. Vitória de Bush. Derrota de Lula.
O fato de Lula ainda ter chances de ganhar a eleição expõe nosso fracasso. Quando o NÃO ganhou no Referendo do ano passado, falaram que o eleitorado tinha amadurecido. Lorota. O brasileiro vota como no século passado: o voto de cabresto. O coronel Lula ameaça com a perda das esmolas governamentais caso perca.
P.S.: Eu, ao contrário dos petistas, sou uma pessoa democrática. Já que muitos se declaram lulistas com orgulho, eu forneço aqui uma coisa que não sou obrigado a fornecer: direito de resposta. O lulista que quiser manda uma resposta aos artigos publicados aqui. Se não for muito grande, será publicado aqui na íntegra. Só que eu vou contra-argumentar. E não vai ter direito de resposta à contra-argumentação do direito de respota, porque se não vira zona. Ou seja, faça um texto bem feito. Espero ansiosamente.

13 outubro 2006

Um mentiroso na mira de uma metralhadora

Terça-feira. Aula de português. Um amigo meu pergunta: “Se você tivesse que fazer uma redação pró-Lula no vestibular, você faria?”. Eu respondi que sim, já que uma das qualidades de um jornalista (eu não sou jornalista, mas aspiro ser um) é conseguir defender dois pontos opostos. Este meu amigo concluiu: “argumentos não faltariam”.
Quarta-Feira. Novamente aula de português. Recebo uma redação minha. Alguns erros, mas uma coisa chamou a minha atenção. Logo depois da frase “Porém, temos no poder o governo mais corrupto da história republicana” há um “será?”. Perguntei a professora qual o significado daquilo. Ela disse: “Não há certeza de que este governo é o mais corrupto”.
Quero chegar ao seguinte: há pessoas que ainda acreditam em Lula. Pior. Há pessoas que acreditam que ele fez um bom governo. Pior. Há pessoas dispostas a votar nele. E isso é o fim da picada.
Então este blog se tornará uma trincheira anti-Lula. Alguém pode dizer que isso já ocorre. Em parte. Este blog, dentre outras funções, dá opiniões anti-políticas. Parte do princípio de que a esmagadora maioria dos políticos são ladrões e de que toda a classe política não merece um voto de confiança. Porém, agora será algo exclusivamente contra Lula e exclusivamente neutro contra Alckmin. Alckmin é ruim, mas Lula é infinitamente pior.
Acontecerá da seguinte maneira: tudo que aparecer na mídia a favor de Lula que eu veja que é necessário desmistificar eu comentarei. A luta será inútil, mas assim manterei minha consciência limpa e, daqui a uns anos, quando o Brasil estiver afundado de vez por causa de Lula, poderei dizer “eu já sabia”.
Os leitores, se quiserem, mandem artigos e notícias lulistas para serem malhados. Eu já estou com a minha metralhadora em punho, pronto para dar o primeiro tiro em uma mentira lulista.
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A primeira coisa a se combater da campanha lulista é uma notícia publicada na agência Estado. “Rádio CBN deverá retirar de sua página na Internet, e na de todas as suas afiliadas, o comentário do colunista Arnaldo Jabor feito às 8h05 do último dia 10 de outubro. A decisão é do ministro Ari Pargendler, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A rádio CBN foi notificada da decisão, por fax, nessa quinta-feira, dia 12.”.
Não vai ganhar uma bala quem adivinhar o dono da ação. Sim, a campanha de Lula. Disse que o comentário de Jabor “teria emitido opinião favorável ao candidato Geraldo Alckmin e negativa ao atual presidente da República.”.
Estou começando a gostar de Arnaldo Jabor. Ele está se mostrando um adepto do anti-lulismo. No comentário em questão, ele diz: “Amigos ouvintes, o debate de domingo serviu para vermos os dois lados do Brasil. De um lado, um choque de capitalismo. De outro, um choque de socialismo deformado num populismo estadista, num getulismo tardio. De um lado, São Paulo e a complexa experiência de Estado industrializado, rico e privatista. De outro, a voz dos grotões, onde o estado ainda é o provedor dos vassalos famintos. De um lado, a teimosa demanda do Alckmin pelo concreto da administração pública, e do outro, o Lula, apelando para pretextos utópicos, preferindo rolar na retórica de símbolo (...)”. Nada de mais. Como bem disse Ricardo Noblat, ele só externou sua opinião sobre determinado fato.
Lula é autoritário. Já escrevi isto uma vez. Ele não gosta de ser contra-argumentado. Gosta de ser aclamado pelo povo como o “representante do povo no poder”, como o “metalúrgico presidente”. Prefere um discurso para pobres famintos, que acham que Lula é Deus, pois Lula lhes dá o Esmola-Família. Esta ação ingressada no TSE só é mais uma prova disto.
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Textos interessantes:
“Não minta, presidente”, de Janer Cristaldo. (http://www.midiasemmascara.org/artigo.php?sid=5279&language=pt).
“O debate na TV Bandeirantes”, de José Nivaldo Cordeiro.
(http://www.midiasemmascara.org/artigo.php?sid=5277&language=pt).
(Este último artigo resume o que eu achei do debate de domingo. E ressalto a última frase: “Se o próximo debate da TV Globo tiver o mesmo feitio e o mesmo resultado ouso afirmar que Geraldo Alckmin será o novo presidente do Brasil.”).